sábado, 18 de junho de 2011

Uma palavra sobre o fim dos tempos




Pergunta feita pelo Ev.André Moreira

É mais que sabido que vivemos os dias imediatamente anteriores ao arrebatamento da Igreja,dentre outras coisas que vemos como sinais dos tempos temos a heresia e apostasia.O irmão consegue ver ou entender isto em atitudes ou pronunciamentos como por exemplo do Pr.Ricardo Gondin?

Resposta do Dr.Caramuru A.Francisco

" Sabendo primeiramente isto, que nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo as suas próprias concupiscências, e dizendo: Onde está a promessa da Sua vinda? Porque desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação.(...) O Senhor não retarda a Sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para consoco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se." (II Pe.3:3,4,9).


Não resta dúvida de que as Escrituras são claras ao afirmar que, nos últimos dias, surgiriam falsos mestres, do meio do povo de Deus, a trazer heresias e falsos ensinos, transtornando a fé de muitos. Tais pessoas serão mais um incentivo e estímulo à apostasia, que é também uma das características dos últimos dias da Igreja sobre a face da Terra. Assim, não devemos ficar surpresos com o surgimento, no m eio da Igreja, de falsos mestres e de ensinamentos que façam o povo tanto descrer da vinda de Jesus como a se misturar com o mundo e o pecado. Lamentavelmente, quando vemos a trajetória do pastor Ricardo Gondim, vemos que as muitas letras o têm feito delirar. Ao lermos sua dissertação de mestrado recentemente defendida, tememos que o referido pastor, cujas pregações foram profundamente importantes para nossa vida espiritual, notadamente entre 2001 e 2002, tenha se deixado levar por uma suposta antítese entre fundamentalismo bíblico e engajamento social da Igreja, que o tem levado a renegar o fundamentalismo, entendendo-o, equivocadamente, como paralisador da construção do reino de Deus pela Igreja sobre a face da Terra. Assim, após adotar o teísmo aberto, agora, também, nega a volta histórica de Cristo (seja o arrebatamento, seja o reino milenar). Devemos olhar para Jesus para que também não sejamos levados por estes "ventos de doutrina" e também nos afaste mos da verdade bíblica. Isto é mais um sinal de que Jesus está às portas (Mt.24:33), porque ainda um poquinho de tempo, e o que há de vir, virá e não tardará, mas o justo viverá pela fé (Hb.10:37,38).


Ev.Caramurú A.Francisco

sexta-feira, 17 de junho de 2011

O ESPÍRITO SANTO E A SEGUNDA VINDA DE JESUS



O Espírito Santo tem um papel primordial na vinda do Senhor para arrebatar a Sua Igreja, ato que encerrará a dispensação da graça ou dispensação do Espírito.

Texto áureo

“E o Espírito e a esposa dizem: Vem. E quem ouve, diga: Vem. E quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida.” (Ap.22:17).

INTRODUÇÃO

- Em complemento às lições deste trimestre, em que comemoramos o centenário das Assembleias de Deus no Brasil, oportuno falarmos do quarto ponto fundamental das doutrinas da nossa fé pentecostal, que é a crença de que Jesus breve voltará para arrebatar a Sua Igreja, antes que venha o juízo de Deus sobre os que rejeitaram a Cristo Jesus.

- Como temos visto nas lições deste trimestre, vivemos a dispensação da graça, que teve início no dia de Pentecoste e que se caracteriza, exatamente, pela atuação plena e indiscriminada do Espírito Santo, a ponto de alguns estudiosos a chamarem de "dispensação do Espírito".

- Ora, o ato que encerrará a dispensação do Espírito será o arrebatamento da Igreja por Jesus, o que, de pronto, nos mostra que, para este evento e tudo que o cerca, haverá uma ativa participação por parte do Espírito Santo. É por isso que o apóstolo João narra no livro do Apocalipse que tanto o Espírito, quanto a Igreja anseiam pela volta do Senhor (Ap.22:17a).

I - A MENSAGEM DOS APÓSTOLOS SOBRE A VINDA DE JESUS

- Ao anunciar a vinda indiscriminada do Espírito Santo, a fim de consolar e dar companhia à Sua amada Igreja, Jesus, como sempre, foi bem preciso e objetivo em Suas palavras. Afirmou que o Espírito Santo guiaria a igreja em toda a verdade, porque não falaria de Si mesmo, mas diria tudo o que tivesse ouvido e lhes anunciaria o que havia de vir. Disse, também, que o Espírito Santo glorificaria Jesus, porque receberia o que era do Filho e anunciaria o que seria de Cristo (Jo.16:13,14).

- Vemos, portanto, que o Espírito Santo tem uma missão primordial: o de manter o nome do Senhor Jesus em evidência na igreja, fazer com que a igreja tenha a direção de Cristo, que é a verdade (Jo.14:6), bem como anunciar tudo o que Jesus revelou aos homens da parte do Pai (Jo.15:15). O trabalho do Espírito Santo, portanto, é apontar Cristo para o homem, em especial, para o povo que foi reunido e trazido para fora do pecado e do mundo, edificado pelo próprio Jesus, ou seja, a Sua Igreja (Mt.16:18).

- Não é, portanto, coincidência alguma nem, muito menos, obra do acaso, o fato de o Espírito Santo ter inspirado seguidores de Jesus, a começar dos apóstolos, para que escrevessem os livros do Novo Testamento, a fim de que tudo o que havia sido predito e anunciado a respeito de Jesus por parte dos reis, sacerdotes e profetas da antiga aliança, fosse demonstrado cumprido na vida e obra de Jesus, bem como que se fixasse, por escrito, tudo quanto havia sido ensinado ou revelado pelo Senhor à Sua amada Igreja, pois "os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo" (II Pe.1:21, "in fine").

- Quando, portanto, contemplamos as Escrituras Sagradas, temos um trabalho que foi feito pelo Espírito Santo, uma obra realizada pelo Espírito, já que o tema, o assunto da Bíblia outro não é senão Jesus, que d’Ele testificam (Jo.5:39). O Novo Testamento, a propósito, já foi elaborado na dispensação da graça, a confirmar, assim, aquilo que Jesus havia falado sobre os propósitos da vinda do Espírito Santo após a ascensão do Senhor.

- Pois bem, ao analisarmos o Novo Testamento, vemos que nenhuma outra mensagem foi mais divulgada nele do que a segunda vinda de Jesus. São centenas de passagens que advertem que Jesus voltará, o que mostra, claramente, que o Espírito Santo pôs como prioritário o anúncio desta mensagem ao homem. Destarte, não temos como concluir senão que, já no seu anúncio, a segunda vinda de Jesus é tarefa e tema de peculiar atenção do Espírito Santo em nossa dispensação.
OBS: "…Cristo nunca fez referência ao Seu nascimento, nem à Sua infância, nem aos Seus primeiros trinta anos, onde andou, o que fez, mas, no Seu ministério, não cessou de falar da Sua Volta. Mt.24.37-44; Mc.13.26; Lc.21.27. Foi assunto na Transfiguração, através de parábolas, nos ensinos do Seu sermão profético, nas últimas instruções aos Seus discípulos, e até no momento da Sua ascensão, o que mais quer dos Seus é que amem a Sua Vinda.…" (SILVA, Osmar José da. Lições bíblicas dinâmicas, v.I, p.86).


- Todos os escritores do Novo Testamento falam da volta de Jesus. Ela é mencionada 318 vezes nos 260 capítulos do Novo Testamento, numa média de um versículo a cada 25, havendo, na Bíblia, oito vezes mais referências sobre a segunda vinda do que a primeira (Cf. ESTUDO 6. A maior festa da humanidade. pequenosgrupos.com.br /Downloads/ESTUDO%206.doc). Os evangelistas deixaram registrados os ensinos do Senhor a respeito do tema, ensinos estes, aliás, que fazem parte do maior sermão de Jesus, o chamado "sermão escatológico", que foi reproduzido nos três evangelhos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas: Mt.24,25; Mc.13 e Lc.21:5-36). João, por sua vez, não registra este sermão escatológico em seu evangelho, mas, em compensação, em suas duas primeiras epístolas, trata do assunto (I Jo.2:18-29; II Jo.7,8), como também, escreveu o livro do Apocalipse, que é inteiramente dedicado às " coisas que devem brevemente acontecer" (Ap.1:1).

- No livro de Atos dos Apóstolos, Lucas registra, com clareza própria de um pesquisador científico, que a esperança dos cristãos era a volta do Senhor. A mensagem da volta de Jesus foi a primeira que foi repisada pelo céu à igreja após a ocultação física de Jesus dos Seus discípulos, através de dois anjos que se apresentaram no monte das Oliveiras aos crentes que ainda estavam perplexos pelo desaparecimento de Jesus (At.1:11). Era a mensagem que estava sempre no coração dos crentes, como vemos, por exemplo, no sermão de Pedro após a cura do coxo que ficava nas imediações da porta do templo chamada Formosa (At.3:21).

- Paulo nunca cessou de falar sobre o assunto, dele tratando em suas epístolas (I Co.4:5; Fp.3:20,21; I Ts.1:10; II Ts.1:7-2:8; I Tm.6:14,15; II Tm.4:8; Tt.2:13), pois, como afirmou ao término de seu ministério, era um homem que "amava a vinda do Senhor" (II Tm.4:8), o alvo que perseguiu durante todo o tempo em que pregou o Evangelho (Fp.3:11-14).

- O escritor aos Hebreus também falou sobre a vinda de Jesus, ao afirmar que Jesus aparecerá segunda vez (Hb.9:28). Pedro, também, escreveu sobre o assunto, inclusive indicando que, já nos seus dias, havia aqueles que estavam desacreditando da promessa da segunda vinda de Jesus (I Pe.5:4; II Pe.3:8-14). Tiago, também, escreveu sobre a vinda de Jesus (Tg.5:7,8), assim como Judas (Jd.14,15).

- Como vemos, portanto, todos os escritores do Novo Testamento falam da vinda de Jesus, numa prova indelével de que esta é a mensagem mais anunciada pelo Espírito Santo para a humanidade nesta dispensação. Não é, pois, coincidência que esta seja a matéria mais debatida e a mais polêmica que existe no seio dos estudiosos da Bíblia Sagrada, a ponto de que "…os mestres de escatologia têm mais dúvidas implícitas em suas 'profícuas' mentes, do que os próprios alunos que a eles assistem…'(CARVALHO, Ailton Muniz de. O Messias está voltando, 2.ed., p.9). Nestes debates e polêmicas, vemos o trabalho do nosso adversário para fazer desacreditar a promessa da vinda do Senhor e, com isso, causar enorme prejuízo à vida espiritual da igreja, mas, a despeito de teorias e correntes filosófico-teológicas, o crente deve ter o sentimento que se espera de cada cristão: o amor e o desejo ardente de que Jesus venha, algo que somente será demonstrado se fizermos o que Jesus nos manda (Jo.15:14).

II - O ESPÍRITO SANTO MANTÉM NOSSA LÂMPADA ACESA

- O Espírito Santo, porém, não se limitou a providenciar a prioridade da mensagem da segunda vinda de Jesus no registro escrito do Novo Testamento, sendo que Sua obra em relação a este assunto de grande importância para a Igreja, também se apresenta em outros campos e atividades do Espírito do Senhor.

- Ao falar sobre a Sua segunda vinda, Jesus usou de algumas parábolas, sendo que a mais conhecida é, sem dúvida alguma, a parábola das dez virgens, onde Nosso Senhor nos mostra a necessidade da vigilância da igreja para que não seja apanhada de surpresa na volta de Cristo. Nesta parábola, é-nos apresentado que as virgens guardavam lâmpadas cheias de azeite. O azeite é um dos símbolos do Espírito Santo e o fato de que as virgens tinham lâmpadas acesas, é uma demonstração de que o Espírito Santo é indispensável para que nós aguardemos a volta de Jesus.

- A figura das lâmpadas acesas não veio para as Escrituras no registro desta parábola. Já na antiga aliança, quando o Senhor mandou que fosse construído o tabernáculo, no modelo dado a Moisés, constou a necessidade de haver lâmpadas que fossem alimentadas por azeite (Ex.27:20,21).

- Diz-nos o texto sagrado que as lâmpadas faziam parte do castiçal ou candelabro de ouro puro, eram em número de sete (Ex.37:23). O fato de estas lâmpadas serem de ouro puro revelam que se tratava de uma figura do próprio Espírito Santo, pois o ouro nos fala da divindade e o castiçal, observemos, era de ouro puro, ou seja, não tinha qualquer parte de madeira, como a mesa onde era ele colocado, madeira que representa a humanidade e que aponta para a dupla natureza de Jesus.

- As lâmpadas eram em número de sete, sendo sabido, na hermenêutica bíblica, que o número sete fala-nos de plenitude, de completude, de divindade, a indicar, mais uma vez, que o castiçal apontava para o Espírito Santo na Sua atuação plena e completa, que seria a da nossa atual dispensação. Aliás, não é por outro motivo que, no livro do Apocalipse, o Espírito é apresentado como "os sete espíritos de Deus" (Ap.1:4; 3:1), expressão esta que está relacionada às sete características do Espírito descritas em Is.11:2 (espírito do Senhor, de sabedoria, de inteligência, de conselho, de fortaleza, de conhecimento e de temor do Senhor). “… Sete espíritos já é uma expressão simbólica. Fala de vida plena ou vida abundante…” (OLIVEIRA, José Serafim de. Desvendando o Apocalipse: livro da revelação, p.12).
OBS: "…Outros veem na expressão os 'sete Espíritos de Deus', uma alusão ao Espírito Santo, a perfeição e o poder são representados pelo número da totalidade. A plenitude do Espírito de Deus opera em todos os lugares, pois é Onipresente. Outros admitem tratar-se da atuação do Espírito Santo, em sete aspectos: o Espírito de santidade; o Espírito de sabedoria; o Espírito do entendimento; o Espírito do conselho; o Espírito de poder; o Espírito do conhecimento e o Espírito de temor ao Senhor. Lâmpada é uma expressão moderna, e traz à mente que para estar acesa precisa de energia. Tochas eram acesas com azeite e fogo, que naqueles dias eram usadas para iluminar. O Espírito Santo é simbolizado como azeite de unção e fogo. O azeite representa o bálsamo que alivia a dor e consola. O fogo ilumina, queima a impureza, purifica, aquece etc. Lembra o batismo do Espírito Santo que, no dia de Pentecostes, veio em forma de fogo.…" (SILVA, Osmar José da. Reflexões filosóficas de eternidade a eternidade, v.7, p.59).

- Se as lâmpadas do castiçal são figura do Espírito Santo, como veremos daqui a pouco mais amiúde, o próprio castiçal simboliza a igreja (cfr. Ap.1:20), este povo adquirido pelo Senhor Jesus, composto de pessoas que passaram a ser participantes da natureza divina (II Pe.1:4), daí porque ser, também, o castiçal de ouro puro (Ex.25:31), pois, como vimos, o ouro fala-nos de divindade.

- O castiçal do tabernáculo ficava localizado no lugar santo (Ex.40:4), servindo, pois, de iluminação para este lugar que, separado do pátio da tenda da congregação por cortinas, não poderia ter iluminação solar. Tal disposição demonstra, claramente, que é o Espírito de Deus quem traz iluminação para a igreja, esclarecendo a Palavra e dando direção ao povo santo, para que ele possa atingir o alvo de todos nós, que é a salvação das nossas almas (I Pe.1:9). O fato de o castiçal estar no lugar santo, local restrito aos sacerdotes, também é um indicador de que o Espírito Santo apenas ilumina aqueles que são salvos, ou seja, os membros da igreja do Senhor, que é o sacerdócio real (I Pe.2:9), pois o mundo, imerso no pecado e na maldade, não vê nem conhece o Espírito de Deus, não podendo recebê-l’O (Jo.14:17).

- O que tornava o castiçal visível e dava sentido à sua existência no lugar santo eram as lâmpadas que, por sua vez, somente podiam cumprir a sua missão porque eram alimentadas de azeite. A igreja somente se torna visível no meio do mundo, somente pode ter sentido e ser um instrumento de santidade, se o Espírito Santo puder alimentá-la, se o Espírito do Senhor puder trazer o alimento indispensável para que a igreja (i.e., cada um de nós, pois a igreja somos nós), efetivamente, seja " a luz do mundo" (Mt.5:14).

- Assim, a figura trazida pela parábola de Jesus, ainda que correspondente a um costume de casamento do seu tempo, também tinha correspondência a estas disposições da lei mosaica, que muito nos esclarece e nos serve de exemplo ao analisarmos o papel do Espírito Santo no tocante à segunda vinda de Jesus. O Espírito Santo ilumina a igreja e nos aponta para a realidade de que Jesus breve voltará para buscar a Sua igreja e para que possamos ingressar no Santo dos Santos, que é a glória eterna, que nos está reservada.

- O azeite das lâmpadas era puro de oliveiras, especialmente batidas para este propósito, que deveria ser trazido pelos israelitas e que jamais poderia faltar, pois as lâmpadas deveriam arder continuamente, ou seja, sem parar (Ex.27:20). Para que possamos aguardar corretamente o Senhor Jesus, para que estejamos vigilantes, não podemos deixar que este azeite puro falte em nossas lâmpadas. Devemos, nós mesmos, buscá-lo e colocá-lo em nossa vida, com um propósito de jamais nos desviarmos da presença do Senhor.
OBS: Não podemos confundir o azeite das lâmpadas com o azeite da unção, que era outro produto, com uma fórmula totalmente diferente (cfr. Ex.31:22-33), destinado para a unção dos sacerdotes e dos objetos do tabernáculo. Este azeite não era trazido pelo povo e tinha uma função específica.

- Para que tenhamos azeite, é necessário que estejamos em comunhão com o Espírito Santo. Como sabemos, as lâmpadas e lamparinas daquele tempo, antes do surgimento da energia elétrica, para que bem funcionassem, deveriam ter um bom sistema de comunicação do azeite com o pavio, para que se pudesse ter a devida iluminação. A necessidade de uma perfeita comunhão está bem ilustrada na visão do profeta Zacarias, onde vemos que havia uma integração entre as oliveiras e os dutos que conduziam o azeite da oliveira para as lâmpadas (Zc.4:1-6). Quando há comunhão, o Espírito de Deus testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus (Rm.8:16) e não andamos mais segundo a carne, mas segundo o espírito (Rm.8:1).

- Quando, entretanto, não estamos andando segundo o espírito, mas segundo a carne, quer dizer, quando passamos não mais a agradar a Deus, não mais a fazer a Sua vontade, mas a ceder a nossos desejos e paixões, não há mais esta comunhão e, como resultado, o azeite passa a não mais ser devidamente conduzido da oliveira para as lâmpadas e estas, inevitavelmente, apagam-se. Era a situação das virgens néscias da parábola contada por Jesus. A iluminação começa a faltar e as trevas iniciam um caminho progressivo de chegada até a nossa vida. Deus começa a ficar distante, pois Deus é luz e n’Ele não há trevas nenhumas (I Jo.1:5b).

- Quando agimos de forma a desagradar a Deus, entristecemos o Espírito Santo (Ef.4:30), que de nós Se afasta e, em virtude disto, em permanecendo distanciados d’Ele, podemos perder a Sua presença em nós (Sl.51:11). Quando havia algum problema de comunicação que impedia o transporte do azeite até o local onde estava o pavio, a lâmpada simplesmente não acendia e faltava azeite. A falta de comunhão com Deus, uma vida de pecado impede que o azeite possa continuar habitando em nós e ficaremos da mesma maneira que as virgens néscias que, ao ouvir do clamor anunciando a chegada do esposo, não tinham azeite e tiveram de tentar adquiri-lo, mas era tarde demais.

- O Espírito Santo é o responsável, portanto, pela sustentação do crente até a volta do Senhor, pela manutenção da nossa visão espiritual. Quando ilumina a nossa vida, podemos enxergar os sinais da vinda do Senhor, temos percepção e sensibilidade espirituais e, em razão disto, ficamos cautelosos e vigilantes, para que não sejamos tomados de surpresa quando tocar a trombeta que anunciará o retorno de Jesus para buscar a Sua igreja (I Ts.4:16,17).

- Mas, além de nos manter vigilantes, como vimos, o Espírito Santo, assim como o azeite alimenta o castiçal, também nos faz sempre lembrar o que Jesus disse e ensinou para a Sua igreja (Jo.14:26). O Espírito Santo mantém, em nossas vidas, a esperança da vinda de Jesus, não nos permite esquecer a promessa do retorno do Senhor, nem que percamos de vista este alvo, este propósito de nossa fé. A tendência do homem é esquecer os maiores benefícios que recebe (cfr. Gn.40:23), tanto que, para que não se esquecesse do maior benefício que já recebeu, qual seja, a salvação mediante o sacrifício vicário de Cristo na cruz, o próprio Jesus instituiu a ceia do Senhor (I Co.11:26). O Espírito Santo tem, portanto, a função de manter viva na memória da igreja a perspectiva da volta do Senhor, assim como o azeite alimentava o cotidiano, o dia-a-dia do castiçal.

- Mas o azeite, também, ao iluminar e alimentar o castiçal, proporcionava o aumento do calor no ambiente. Ao causar a combustão do azeite no pavio, além de luz, era gerado calor, pois se criava um fogo, fogo, aliás, que, além de aumentar a temperatura do ambiente, impedia que algo impuro, como um animal ou um inseto, se aproximasse tanto do castiçal, quanto dos pães da proposição, que ficavam próximo ao castiçal, sobre a mesa da proposição. O Espírito Santo, também, gera na igreja (ou seja, em cada um de nós), fervor espiritual. Somos mantidos quentes pelo Espírito de Deus e, assim, não temos o risco de sermos reprovados pelo Senhor e vomitados da Sua boca (Ap.3:16). O fervor espiritual promove, em nós, a manutenção da pureza, da santidade, pois, quando fomos justificados pela fé e conseguimos estabelecer uma relação de paz com Deus (Rm.5:1), passamos a ser nação santa (I Pe.2:9) e devemos nos manter santificados, sob pena de não podermos ver o Senhor (Hb.12:14). Diante deste quadro, se não for a ação do Espírito Santo em nossas vidas, não temos como permanecermos em condições de sermos arrebatados por Jesus naquele grande dia. Daí porque o texto sagrado nos aconselhar que nos santifiquemos cada dia cada vez mais (Ap.22:11). Lembremos que o azeite do tabernáculo era puro e, por conseguinte, o calor produzido era, igualmente, puro. Não havia a mínima possibilidade de se ingressar no tabernáculo com fogo estranho, com fogo de outra procedência, pois isto, que o diga o episódio que envolveram os filhos de Arão, Nadabe e Abiú, é fatal (cfr. Lv.10:1,2).

III - QUANDO A NOSSA LÂMPADA ESTÁ ACESA

- Como já temos visto, a função do azeite, ao manter a lâmpada acesa, era fundamental para que se executassem os serviços do lugar santo, no tabernáculo, para que se efetuasse a adoração a Deus. De igual modo, para que possamos alcançar a glorificação de nosso ser, que é o último estágio da salvação, o que ocorrerá, para a igreja, no dia do arrebatamento, é imperioso que também deixemos o Espírito Santo agir em nossas vidas, de forma a que venhamos a, também, poder ser instrumento de Deus neste mundo, luzes do mundo e sal da terra.

- É importante, em primeiro lugar, observar que a ação do azeite no castiçal era contínua, ou seja, as lâmpadas ficavam acesas dia e noite, o azeite era trazido todos os dias pelos israelitas e havia necessidade de abastecimento ininterrupto. A vida no Espírito de Deus é, também, uma vida contínua, cotidiana, de dia e de noite temos prazer em servir a Deus. Lamentavelmente, nos dias em que vivemos, tem sido privilegiada uma religiosidade experiencial, ou seja, milhares de pessoas têm buscado ter experiências místicas com Deus, ter momentos sobrenaturais intensos, esquecendo-se de que Deus não quer que tenhamos com ele um relacionamento-relâmpago, mas que passemos a gozar da vida eterna, ou seja, de uma convivência, de um relacionamento contínuo e que nunca tenha fim. O Espírito Santo não foi mandado para que recebamos d’Ele visitas esporádicas, mas, disse Jesus, que Ele viria habitar conosco e estar em nós para sempre (Jo.14:16,17).

- Quem está em comunhão com Deus, quem faz o que Deus manda, quem não mais vive, mas Cristo vive n’Ele (Gl.2:20), tem sempre o azeite vindo da oliveira e está com a lâmpada acesa continuamente. Sua vida não é uma sequência de altos e baixos espirituais, de momentos de intensa alegria e gozo e instantes de retumbantes fracassos, mas tem uma estabilidade espiritual, não se deixa seduzir pelo mal, pelo pecado, pelas ofertas deste mundo, mantendo um padrão, sendo alguém que faz a diferença entre os homens que não servem a Deus. Este porte espiritual diferenciado, este modo de vida diferente dos padrões humanos, aliás, era o que permitia aos israelitas, na antiga aliança, identificar quais eram os homens escolhidos por Deus, quais eram os profetas, sacerdotes e reis que tinham o Espírito de Deus em suas vidas. Há pessoas que acham que, no antigo tempo, as pessoas cheias do Espírito eram identificadas por milagres ou pelas suas mensagens proféticas, mas nem sempre isto se dava assim. Exemplos como os de Eliseu (II Rs.4:8,9) ou de Samuel (I Sm.3:19,20) mostram que, além desta demonstração de poder, por trás de cada homem de Deus havia um porte, um modo de vida que o credenciava junto ao povo, pois viam nestes homens a autoridade decorrente da presença do Espírito Santo do Senhor (cfr. Mt.7:28,29).

- Quando o homem está em comunhão com Deus, quando está sob o controle do Espírito Santo, suas qualidades, seu caráter é diferente. Ele produz o fruto do Espírito e, como tal, apresenta-se como uma pessoa totalmente distinta dos padrões humanos de moralidade, moralidade esta que, diante de Deus, não passa de trapos de imundícia (Is.64:6).

- Por primeiro, quem tem a sua lâmpada acesa, ilumina o mundo, é luz do mundo (Mt.5:14). Seu brilho faz com que os homens enxerguem Jesus em nós e os homens glorificam a Deus por causa das boas obras que fazemos, obras estas que mostram o fruto do Espírito Santo, que habita em nós.

- Por segundo, quem tem a sua lâmpada acesa, purifica o ambiente em que está. Assim como o calor e a luminosidade do castiçal afastavam os insetos e demais animais impuros da mesa da proposição, assim o crente sincero e fiel afugenta toda espécie de impureza e de corrupção à sua volta. Quantas vezes não temos ouvido testemunhos de crentes que dizem que, apesar de trabalharem, estudarem ou morarem em ambientes avessos à moralidade, aos bons costumes e à decência, pelo seu porte, causam um aumento do pudor, da moral e da decência nestes lugares e, não raro, as pessoas, em respeito ao bom testemunho destes homens e mulheres de Deus, não diminuem ou alteram seus padrões perversos e pecaminosos.

- Por terceiro, quem tem a sua lâmpada acesa, promove calor espiritual. O azeite produz calor e, assim sendo, o crente sincero acaba gerando, à sua volta, um aumento da temperatura espiritual. Seu fervor espiritual, seu grau de espiritualidade acaba contagiando aqueles que estão à sua volta e o Senhor encontra ambiente propício para operar e mostrar o poder de Deus. A Bíblia fala-nos que, por causa do porte espiritual de Pedro, muitas pessoas foram tocadas a deixar-se levar à margem do caminho em que o apóstolo passava, para que, pelo menos, fossem atingidas pela sombra do apóstolo, obtendo, assim, miraculosamente a cura de suas enfermidades (At.5:15). Ultimamente, muitas vezes têm enfatizado a sombra de Pedro, mas o que queremos aqui registrar é a fé das pessoas que se colocaram no caminho em que Pedro passava, pois era esta fé que proporcionava a cura, não um suposto poder inerente à figura de Pedro. Pedro, com sua vida espiritual intensa, despertava fé em pessoas que, pela sua posição social e pela sua condição, não tinham como ter esperança a não ser por este contágio da espiritualidade vivida por Pedro.

- Por quarto, quem tem a lâmpada acesa gera amor à sua volta. Vimos que o fruto do Espírito é, em essência, o amor que, como vimos, desdobra-se em todas aquelas qualidades mencionadas em Gl.5:22. Ora, se estamos em comunhão com o Senhor, se da oliveira vem, incessantemente, azeite para nossa lâmpada, este amor tem, necessariamente, de ser transmitido ao próximo através do crente. Paulo bem nos mostra isto ao dizer que, no desgaste da obra do Senhor, embora fosse menos amado pelos coríntios, amava-os cada vez mais (II Co.12:15), assim como, aliás, Jesus havia amado os Seus até o fim (Jo.13:1). As virgens prudentes eram tão exemplares no amor, que a elas recorreram as virgens néscias para que houvesse repartição do azeite delas (Mt.25:8), pois sabiam que as virgens prudentes eram repletas de amor. Como nos ensina João: quem tem a lâmpada acesa, está na luz e, inevitavelmente, ama seu irmão (I Jo.2:10).

- Por quinto, quem tem a lâmpada acesa tem esperança. Como vimos, a lâmpada acesa permite-nos ter visão espiritual e, portanto, podemos discernir bem o que está à nossa volta. Ao vermos os fatos que estão ocorrendo, com visão espiritual, logo percebemos que as profecias bíblicas estão se cumprindo, que o Senhor está no controle da história e que, portanto, Jesus está voltando e esta é a nossa esperança (I Ts.2:19). Como diz o poeta sacro traduzido pelo pastor Almeida Sobrinho: "nossa esperança é Sua vinda" (início do refrão do hino 300 da Harpa Cristã). Quando temos esperança, passamos a ser crentes vigilantes e fiéis, pacientemente aguardando nosso Salvador (Rm.8:25).
OBS: "…Essa é a nossa consolação. Não importa o tempo que tenhamos que esperar, o importante é estarmos esperando por Cristo amanhã, como se Ele estivesse chegando agora. Que tranquilidade tem quem serve a Deus como servia Daniel. Daniel viu que a convergência dos tempos iria demorar muitas eternidades para várias gerações, toda, toda maravilha que pôde observar estaria à sua espera…" (CARVALHO, Ailton Muniz de. O Messias está voltando, 2.ed., p.69).

- Por sexto, quem tem a lâmpada acesa, tem fé. É através da fé que vem de Deus (Ef.2:8), que aceitamos a Cristo como nosso Salvador, sendo convencidos pelo Espírito Santo do pecado, da justiça e do juízo (Jo.16:8). Crendo em Jesus, temos os nossos pecados perdoados (I Jo.1:7), pecados que são tirados de nós (Jo.1:29) e que deixam de fazer divisão entre nós e o Senhor (Is.59:2). Era o pecado que impedia a comunicação entre a oliveira e as nossas lâmpadas. Removido o pecado, o azeite passa a fluir nos dutos e as nossas lâmpadas acendem e se mantêm acesas enquanto houver esta comunhão. Pela fé, portanto, passamos a ver o invisível, passamos a deixar o pecado e o embaraço (Hb.12:1) e corremos, com paciência, a carreira que nos foi proposta pelo Senhor, até o final, pois, guardando a fé, como diz Paulo, receberemos a coroa da justiça, precisamente porque teremos provado que amamos a vinda do Senhor.
OBS: Fé, amor e esperança são as virtudes que as Escrituras, notadamente nos escritos de Paulo, realçam como sendo qualidades próprias dos cristãos. Os teólogos acabaram denominando estas virtudes de "virtudes teologais". Diz o Catecismo da Igreja Romana (CIC) que estas virtudes, que têm em Deus sua origem, motivo e objeto, adaptam as faculdades humanas à participação na natureza divina. São estas virtudes que fazem com que o crente tenha um modo de vida diferente, como filho de Deus, e que informam todo o porte moral e espiritual do cristão (CIC 1812 e 1813)."…Paulo expõe aqui (em I Co.13:13, observação nossa) uma tríada favorita das virtudes cristãs, que são elevadas como características eternas do homem redimido.(…) ele percebia que existem três grandes valores morais e espirituais, e que certamente todos eles são aspectos do fruto do Espírito Santo ( ver Gál. 5:22,23), embora a esperança certamente não seja especificamente alistada ali. O trecho de Rm.8:25,26 parece indicar-nos a espiritualidade da esperança; ou, em outras palavras, que é através da operação do Espírito de Deus, e não de algum desenvolvimento humano, de alguma espécie de expectação psicológica, no mero nível humano, que a esperança se forma no coração dos remidos.…" (CHAMPLIN, R.N.. O Novo Testamento Interpretado, v.4, p.212).
"…As 'coroas' falam, figuradamente, do 'avanço espiritual' e recompensa que haverá e será obtida pelos salvos, segundo o nível que chegarem à perfeição pela santificação e pelas boas obras. A vida eterna é uma coroa, por isso, os que estão em Cristo têm vida eterna, já estão coroados com esta coroa; desde que permaneçam fiéis até o fim; ficam-lhes faltando o galardão adquirido pelas boas obras.(…). A coroa da justiça é a justificação que nos dá o Senhor, em contraste com as injustiças que recebemos neste mundo, Ele nos cercará de plena justiça. Em qualquer tempo e lugar, isto é, nas moradas do Pai, ou quando estivermos reinando com Ele sobre esta terra. …" (SILVA, Osmar José da. Reflexões filosóficas de eternidade a eternidade, v.7, p.32).


IV - COMO PODEMOS TER O ÓLEO DO ESPÍRITO RENOVADO

- Quando estamos em comunhão com o Senhor, como vimos na visão do profeta Zacarias, o azeite flui normalmente da oliveira para as lâmpadas. O azeite, como no tabernáculo, é posto continuamente para abastecer as lâmpadas, ou seja, sempre temos azeite novo, vindo da oliveira, jamais temos azeite velho a abastecer as lâmpadas. É por este motivo que o apóstolo Paulo dizia que o homem interior (alma e espírito) se renova de dia em dia (II Co.4:16).

- Nem poderia ser diferente, pois, se passamos a participar da natureza divina (II Pe.1:4), se recebemos o poder de sermos feitos filhos de Deus (Jo.1:12), passamos a agir como o Senhor e uma das características peculiares a Deus é a Sua atemporalidade, ou seja, Deus não está submetido ao tempo, para Ele o tempo, simplesmente, não existe, nada mais sendo do que um "eterno presente". Ora, se assim é, os crentes também não podem, no aspecto espiritual, no seu interior, sofrer qualquer influência do tempo, daí porque se renovar dia após dia. Velhice e antiguidade são qualidades que não têm como existir na vida espiritual de um filho de Deus.
OBS: Por sua biblicidade, reproduzimos aqui palavras do monsenhor Jonas Abib, fundador da Comunidade Católica Canção Nova: “…Nós precisamos do Espírito Santo para ter a coragem de investir a vida não nos bens passageiros e ilusórios, mas na conquista dos bens eternos. A Palavra de Deus é clara: quem investe a vida no Reino d'Ele e na justiça d'Ele receberá já neste mundo o cêntuplo e no futuro a vida eterna.
Nossa meta é o Céu!…” (Nós precisamos do Espírito Santo. Disponível em: http://www.cancaonova.com/portal/canais/pejonas/pejonas_msg_dia.php Acesso em 15 abr. 2011).

- Vemos bem a impossibilidade de alguém poder servir a Deus e ser velho espiritualmente falando na passagem do profeta velho (I Rs.13:11-32). Esta personagem bíblica, cujo nome nem nos é revelado, é uma figura daqueles que perderam a visão espiritual, daqueles que se distanciam de uma vida de comunhão com Deus.
OBS: "…Há quem pense e até afirme que os ímpios são as pessoas que não conhecem a palavra de Deus, todavia a Bíblia mostra-nos totalmente o contrário: os ímpios são as pessoas que se dizem crentes e não o são.…" ( CARVALHO, Ailton Muniz de. O Messias está voltando, 2.ed., p.63).

- A Bíblia fala-nos que este profeta velho morava em Betel. O que nos chama a atenção é que este homem já havia sido um instrumento nas mãos de Deus, tanto que o texto sagrado o apresenta como um profeta e o fato de alguém ser assim conhecido naquele tempo é uma prova de que Deus havia usado a pessoa de forma a que todos reconhecessem ser ele um escolhido do Senhor. Entretanto, tratava-se de um profeta velho, ou seja, ao contrário do que estamos a dizer, o tempo havia afetado não apenas o homem exterior (o que é normal e inevitável, como consequência do pecado de nossos pais no Éden, Gn.3:19), mas também, o que é triste, a sua vida espiritual. Temos esta comprovação, em primeiro lugar, porque o profeta morava em Betel, precisamente onde havia sido instado um dos bezerros construídos por Jeroboão, o que o tinha mantido inerte, a demonstrar que já não tinha qualquer indignação contra o pecado. Em segundo lugar, sua inércia bem se demonstra por causa do fato de que soube das informações a respeito de seu filho, que, também, teve de preparar o transporte pelo qual o profeta foi atrás do profeta que profetizara contra o altar. Em terceiro lugar, vemos que o profeta velho havia se tornado um mentiroso, a demonstrar que não mais servia a Deus, mas ao pai da mentira (cfr. Jo.8:44). Esta é a situação daqueles que, embora ainda nominalmente sejam chamados de crentes (às vezes até de ministros do Evangelho...), deixaram-se envelhecer espiritualmente, perdendo a comunhão com o Senhor.

- Na lição 13, falamos especificamente da renovação espiritual do crente, o que é e como podemos alcançá-la. Observemos que há um conselho vindo das Escrituras para que jamais, a exemplo do que ocorria no tabernáculo, deixemos que o descuido, a negligência venham a tomar conta de nossa vida espiritual. Devemos estar vigilantes, despertos, para impedir que sejamos surpreendidos na volta do Senhor. "Vigiar é ordem santa", como diz conhecido canto sacro. O próprio Jesus deu esta ordem: "E as coisas que vos digo, digo-as a todos: Vigiai." (Mc.13:37).

domingo, 12 de junho de 2011

Venha estudar na EBD no proximo Trimestre!


A cada trimestre, um reforço espiritual para aqueles que desejam edificar suas vidas na Palavra de Deus.
Neste 3º trimestre de 2011, estaremos estudando o tema Missão Integral da Igreja

Comentarista: Pastor Wagner Gaby
Consultor Doutrinário e Teológico: Pastor Antônio Gilberto

SUMÁRIO DA LIÇÃO:
1- O projeto original do Reino de Deus
2- A mensagen do Reino de Deus
3- A vida do novo convertido
4- A comissão cultural e a grande comissão
5- O Reino de Deus através da Igreja
6- A eficácia do testemunho cristão
7- A beleza do serviço cristão
8- Igreja - Agente tranformador da sociedade
9- Preservando a identidade da igreja
10- A atuação social da igreja
11- A influência cultural da igreja
12- A integridade da doutrina cristã
13- A plenitude do Reino de Deus

Fonte :CPAD

sábado, 4 de junho de 2011

O “CREMOS” DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS



O “cremos” das Assembleias de Deus é um resumo das doutrinas da nossa fé que tem o objetivo de tão somente manter a unidade doutrinária de nossa denominação.

Texto áureo
Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa e que não haja entre vós dissensões; antes, sejais unidos, em um mesmo sentido e em um mesmo parecer. (I Co.1:10).

INTRODUÇÃO

- Neste trimestre em que comemoramos o centenário das Assembleias de Deus, em complemento às lições bíblicas, apresentaremos um breve estudo a respeito do “Cremos” de nossa denominação, que é extremamente desconhecido dos seus membros.

- O “cremos” das Assembleias de Deus é um resumo das doutrinas de nossa fé pentecostal, que, ao contrário de outras denominações, não tem a presunção de conter toda a verdade bíblica, mas que foi uma maneira de, no início da história das Assembleias de Deus, impedir-se a dissensão doutrinária, a fim de manter uma uniformidade entre as Assembleias de Deus.

I – HISTÓRIA DO “CREMOS” DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS

- O “credo” ou “cremos” é uma fórmula doutrinária ou profissão de fé, que, desde o início da história da Igreja, era proclamada pelo batizando. Na história da Igreja, há documentos antigos que demonstram que, desde os tempos apostólicos, havia uma fórmula que sintetizava a doutrina cristã.

- Há um texto de Inácio de Antioquia (35-110), um dos chamados “pais da Igreja”, que atesta existência de um “credo” no ano 107: “Sede, portanto, surdos quando alguém vos fala sem Jesus Cristo, da linhagem de Davi, nascido de Maria, que verdadeiramente nasceu, que comeu e bebeu, que foi verdadeiramente crucificado e morreu à vista do céu, da terra e dos infernos. Ele realmente ressuscitou dos mortos, pois o seu Pai o ressuscitou, e da mesma forma o se Pai ressuscitará em Jesus Cristo também a nós, que nele cremos e sem o qual não temos a verdadeira vida (Carta aos Tralianos, IX) (Disponível em: http://sites.google.com/site/zeroxdois/home/documentos/carta-de-santo-inacio-de-antioquia-aos-tralianos---sobre-a-obra-por-alessandro-ricardo-lima Acesso em 08 abr. 2011).

- Irineu de Lião (130-202), outro “pai da Igreja”, também menciona, em seus textos, uma síntese da fé cristã, como neste texto escrito por volta de 190: “A Igreja... recebeu dos apóstolos e seus discípulos a fé em um Deus, Pai todo-poderoso, criador do céu e da terra... e em um Espírito Santo, o qual através dos profetas proclamou...e no nascimento virginal, a paixão, e a ressurreição de entre os mortos,e a ascensão em carne ao céu do amado Cristo Jesus, nosso Senhor, e seu retorno do céu na glória do Pai, para recapitular toda as coisas em um e ressuscitar toda a carne de toda a raça humana.” (Contra as heresias I.X.1-2 apud GOMES, Wilhan José. Introdução ao Credo Apostólico. Disponível em : http://wilhan.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=20&Itemid=1 Acesso em 08 abr. 2011).

- Todos sabemos que as Assembleias de Deus surgiram do avivamento iniciado na rua Azusa, em Los Angeles, nos Estados Unidos, avivamento capitaneado pelo pastor William Seymour (1870-1922). O avivamento se espalhou não só pelos Estados Unidos mas por todo o mundo.

- O avivamento não se circunscreveu à Rua Azusa e diversas congregações, em todos os Estados Unidos, foram abertas em vários lugares, sem que houvesse nenhuma estrutura para manter a unidade doutrinária e organizar o próprio trabalho de evangelização. Como se isto fosse pouco, as leis vigentes em muitos Estados norte-americanos impediam o caráter multirracial do movimento surgido em Los Angeles (Seymour, por exemplo, era negro), o que gerou, em muitos lugares, a divisão entre brancos e negros nas igrejas formadas.

- Querendo modificar esta situação, uma série de líderes pentecostais resolveu convocar um Concílio Geral em abril de 1914, que se realizou na cidade de Hot Springs, no estado americano do Arkansas, com a participação de 300 (trezentos) líderes, de vinte Estados americanos e vários países, ocasião em que foi fundado o “Concílio Geral das Assembleias de Deus nos Estados Unidos”. Surgia, assim, a denominação “Assembleias de Deus”.

- O “Concílio Geral das Assembleias de Deus nos Estados Unidos” foi criado sem qualquer intenção de se tornar uma “denominação”, tendo sido preservada a autonomia das igrejas locais, que deveriam, entretanto, manter um relacionamento fraterno e unidade doutrinária.

- Em 1916, porém, diante de controvérsias doutrinárias que havia entre as igrejas pentecostais existentes, principalmente a existência de igrejas que realizavam o batismo somente “em nome de Jesus”, negando a fórmula batismal trinitária de Mt.28:19, como também a controvérsia, já existente desde 1911 no movimento pentecostal, a respeito da santificação, pois alguns entendiam que a santificação era uma experiência distinta da conversão e do batismo com o Espírito Santo, enquanto outros entendiam que a santificação já se iniciava com a conversão e era um processo progressivo que não impedia o batismo com o Espírito Santo.

- Diante destas situações, o “Concílio Geral das Assembleias de Deus nos Estados Unidos” entendeu que seria oportuno fazer uma “Declaração das Verdades Fundamentais” que, sem ter a pretensão de encerrar toda a verdade bíblica, teria o objetivo de permitir que as igrejas mantivessem uma unidade doutrinária e não corressem o risco de se desviar da verdade das Escrituras.

- Reunido o Concílio na cidade de Saint Louis, no estado americano do Missouri, estabeleceram a “Declaração das Verdades Fundamentais”, que foi o primeiro “cremos” das Assembleias de Deus em todo o mundo e que serviram de base para documentos similares, como o “Cremos” das Assembleias de Deus no Brasil, que, embora não seja oficial, é por todos admitido. O “Cremos” foi introduzido pela primeira vez no jornal Mensageiro da Paz de junho de 1969, por iniciativa do então diretor de publicações da CPAD e, posteriormente, presidente da CGADB (1987-1988), pastor Alcebíades Pereira Vasconcelos (1914-1988) que, naquele ano, sucedera na diretoria de publicações o jornalista Emílio Conde (1901-1971).

- Eis a Declaração das Verdades Fundamentais do Concílio das Assembleias de Deus nos Estados Unidos:

1. A Bíblia é inspirada por Deus e é “a infalível e autoritária regra de fé e prática”
2. Há um único e verdadeiro Deus que existe como uma Trindade.
3. Jesus Cristo é o Filho de Deus e, como Segunda Pessoa da Trindade, é Deus.
4. O homem foi criado bom por Deus mas foi separado de Deus através do pecado original.
5. A salvação “é recebida através do arrependimento em direção a Deus e a fé em direção ao Senhor Jesus Cristo”.
6. Há duas ordenanças. O batismo por imersão é uma declaração para o mundo da fé do crente em Cristo. A Ceia do Senhor é uma comemoração simbólica do sofrimento e morte de Cristo.
7. O batismo no Espírito Santo é uma experiência separada e subsequente à conversão. O batismo do Espírito traz revestimento de poder para viver uma vida cristã vitoriosa e ser uma testemunha efetiva.
8. Falar em línguas é a evidência física inicial do batismo no Espírito Santo.
9. A santificação total é a vontade de Deus para todos os crentes e deve ser sinceramente perseguida pelo andar na obediência à Palavra de Deus.- Hb.12:14; I Pe.1:15,16; I Ts. 6:23, 24; I Jo.2:6.
10. A missão da Igreja é buscar e salvar todos quanto estão perdidos em pecado; a Igreja é o Corpo de Cristo e consiste de todas as pessoas que aceitam Cristo, independentemente da denominação cristã.
11. Os ministros divinamente chamados e biblicamente ordenados servem à Igreja.
12. A cura divina dos doentes é provida pela expiação.
13. A “iminente e bendita” esperança da Igreja é o seu arrebatamento que precede ao retorno corporal de Cristo à Terra.
14. O arrebatamento da Igreja será seguido pelo retorno visível de Cristo e Seu reino na Terra por mil anos.
15. Haverá um juízo final e condenação eterna para os “mortos perversos”
16. Haverá futuros novos céus e uma nova terra “onde habita a justiça”.

- Estas verdades fundamentais adotadas pelas Assembleias de Deus nos Estados Unidos foram adotadas pelas Assembleias de Deus no Brasil, coerentemente, já que os missionários pioneiros adotaram a denominação “Assembleia de Deus” para a denominação que haviam fundado e que se chamava anteriormente “Missão de Fé Apostólica”, que era a denominação da igreja de William Seymour na rua Azusa, mostrando, assim, que se filiavam a este movimento surgido do avivamento pentecostal e que se organizara nos Estados Unidos.

- O “Cremos” das Assembleias de Deus no Brasil, que é sempre publicado no jornal oficial de nossa denominação, “O Mensageiro da Paz”, tem nítida inspiração no credo de 1916. Eis o nosso “Cremos”:

1. Em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo (Dt 6.4; Mt 28.19; Mc 12.29).

2. Na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé normativa para a vida e o caráter cristão (2 Tm 3.14-17).

3. Na concepção virginal de Jesus, em sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição corporal dentre os mortos e sua ascensão vitoriosa aos céus (Is 7.14; Rm 8.34 e At 1.9).

4. Na pecaminosidade do homem que o destituiu da glória de Deus, e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo é que pode restaurá-lo a Deus (Rm 3.23 e At 3.19).

5. Na necessidade absoluta do novo nascimento pela fé em Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus, para tornar o homem digno do Reino dos Céus (Jo 3.3-8).

6. No perdão dos pecados, na salvação presente e perfeita e na eterna justificação da alma recebidos gratuitamente de Deus pela fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor (At 10.43; Rm 10.13; 3.24-26 e Hb 7.25; 5.9).

7. No batismo bíblico efetuado por imersão do corpo inteiro uma só vez em águas, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, conforme determinou o Senhor Jesus Cristo (Mt 28.19; Rm 6.1-6 e Cl 2.12).

8. Na necessidade e na possibilidade que temos de viver vida santa mediante a obra expiatória e redentora de Jesus no Calvário, através do poder regenerador, inspirador e santificador do Espírito Santo, que nos capacita a viver como fiéis testemunhas do poder de Cristo (Hb 9.14 e 1Pd 1.15).

9. No batismo bíblico no Espírito Santo que nos é dado por Deus mediante a intercessão de Cristo, com a evidência inicial de falar em outras línguas, conforme a sua vontade (At 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-7).

10. Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja para sua edificação, conforme a sua soberana vontade (1 Co 12.1-12).

11. Na Segunda Vinda premilenial de Cristo, em duas fases distintas. Primeira - invisível ao mundo, para arrebatar a sua Igreja fiel da terra, antes da Grande Tribulação; segunda - visível e corporal, com sua Igreja glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil anos (1Ts 4.16. 17; 1Co 15.51-54; Ap 20.4; Zc 14.5 e Jd 14).

12. Que todos os cristãos comparecerão ante o Tribunal de Cristo, para receber recompensa dos seus feitos em favor da causa de Cristo na terra (2Co 5.10).

13. No juízo vindouro que recompensará os fiéis e condenará os infiéis (Ap 20.11-15).

14. E na vida eterna de gozo e felicidade para os fiéis e de tristeza e tormento para os infiéis (Mt 25.46).

- Este “cremos” das Assembleias de Deus no Brasil é, infelizmente, extremamente desconhecido da membresia. É verdade que não podemos adotar nosso “cremos” em detrimento das Escrituras, pois é a Palavra de Deus que é a verdade, mas é inegável que o “cremos” precisa ser conhecido, pois é um resumo das nossas crenças, uma feliz iniciativa para termos sempre em memória os fundamentos de nossa fé.

- É importante observar que o “cremos” contém apenas pontos doutrinários, constantes das Escrituras, não tendo qualquer dispositivo a respeito de “usos e costumes”. Verdade é que os “usos e costumes” estão definidos em resoluções de nossa Convenção Geral das Assembleias de Deus (CGADB), mas tais resoluções, como os usos e costumes, podem ser modificados, pois costumes e usos variam de acordo com o lugar e com o tempo.

- Entretanto, não confundamos a variabilidade de usos e costumes com a abolição dos bons costumes, pois os costumes refletem a santidade do interior do homem. Na atualidade, vemos muitos que, em nome de uma falsa “liberdade”, aboliram os usos e costumes e, ao fazê-lo, estão simplesmente contrariando a Bíblia Sagrada, que nos mostra que os crentes tem uma maneira de viver diferente da do mundo (Rm.12:2; I Ts.4:1; I Pe.1:18). Costumes e usos modificam-se de acordo com o lugar e com o tempo, mas a santidade é sempre a mesma. Lembremos disto!
OBS: Documentos de nossa Convenção Geral falam claramente sobre os costumes que devemos observar, como a Resolução da 22ª AGO da CGADB e a decorrente do 5º ELAD (Encontro das Lideranças das Assembleias de Deus) (disponíveis em: http://cgadb.org.br/home/index.php?option=com_content&task=view&id=39&Itemid=36 Acesso em 08 abr. 2011).

II – BREVE EXPOSIÇÃO DO “CREMOS” DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS NO BRASIL

- O primeiro item de nosso “cremos” diz respeito a Deus, nem poderia deixar de sê-lo pois devemos amar a Deus sobre todas as coisas (Lc.10:27) e é impossível amarmos quem não sabemos quem é. Deus é um só e é, ao mesmo tempo, três Pessoas; Pai, Filho e Espírito Santo. Os crentes pentecostais genuínos e autênticos são “trinitarianos”, motivo pelo qual devemos repudiar toda e qualquer doutrina unitarista ou modalista, como, por exemplo, os movimentos “Voz da Verdade” e “Tabernáculo da Fé”.

- O segundo item de nosso “cremos” fala a respeito da Palavra de Deus. Os crentes pentecostais genuínos e autênticos têm a Bíblia como a Palavra de Deus, a única regra de fé e de prática. Por isso, não podemos aceitar tradições que contrariam as Escrituras, como também não aceitamos nos guiar por doutrinas ou mandamentos de homens. Entretanto, como afirmar que cremos na Bíblia como única regra de fé e de prática se não a estudarmos e a lermos diariamente? Eis um dos grandes motivos pelos quais muitos crentes das Assembleias de Deus, na atualidade, estão cheios de crendices e pontos de vista construídos em cima de “profecias”, “revelações” e outros ensinamentos, mas não com base nas Escrituras Sagradas. A estes, lembramos as palavras do profeta Isaías: “À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, nunca verão a alva.” (Is.8:20).

- O terceiro item de nosso “cremos” fala-nos de nossas crenças a respeito de Cristo Jesus. Como nos diz a Bíblia, nós cremos que Jesus veio em carne, Se fez homem para nos salvar (I Jo.4:2,3; II Jo.7; Jo.1:14). Assim, cremos que Jesus foi gerado pelo Espírito Santo no ventre de Maria, que era virgem quando Jesus foi concebido (Lc.1:34,35), não tendo, portanto, a natureza pecaminosa que herdamos de Adão (Rm.5:2), motivo pelo qual Jesus é chamado de “o último Adão” (I Co.15:45).

- Observemos que o nosso “cremos” diz que é matéria de nossa fé a “concepção virginal de Jesus” e não o seu “nascimento virginal”, que é um dos “dogmas marianos” da Igreja Romana, que afirma que Maria permaneceu virgem após o nascimento de Jesus, algo que não tem base bíblica, que diz que Maria não conheceu seu marido até que Jesus nasceu (Mt.1:25) e nos informa, ainda, que Maria teve outros filhos além de Jesus (Mt.13:55; Mc.6:3).

- Ainda na análise do item 3 de nosso “cremos”, vemos que também afirmamos nossa fé na morte de Jesus, entendendo que, ao morrer, ainda que sem pecado, Jesus assumiu o nosso lugar, pagando o preço dos nossos pecados, pois “sem derramamento de sangue, não há remissão” (Hb.9:22). A morte de Jesus foi em nosso lugar e, por isso, podemos receber o favor divino imerecido da salvação, pois Jesus é a propiciação pelos pecados de todo o mundo (I Jo.2:2).

- Também no item 3 do nosso “cremos”, afirmamos nossa fé na ressurreição corporal de Jesus, que é a garantia de que Seu sacrifício foi aceito por Deus. Sem crermos na ressurreição corporal de Jesus, não temos como ter uma fé que tenha sentido (I Co.15:14). Não só Jesus ressuscitou, como subiu aos céus e está, agora assentado à mão direita do Pai (At.1:9; 7:56). Por isso, repudiamos todo e qualquer ensino que negue seja a morte de Jesus (como fazem os muçulmanos), seja a Sua ressurreição e ascensão (como fazem os espíritas).

- O item 4 de nosso “cremos” fala-nos a respeito de nossas crenças com relação ao homem. Como crentes pentecostais, reconhecemos que o homem é mau, perverso (Mt.7:11; 12:34; Lc.11:13) , embora tenha sido criado reto e bom (Gn.1:31; Ec.7:29).

- Ao se deixar dominar pelo pecado, o homem gerou uma natureza pecaminosa que o escraviza e da qual somente Jesus pode libertar (Jo.8:34-36). Só Jesus salva e não há outro meio pelo qual nos libertamos do pecado e entramos em contato com o Senhor.

- Por isso, não podemos aceitar, de forma alguma, todo o discurso, tão em voga nos dias atuais, de que o homem é essencialmente bom, de que é possível o progresso espiritual por esforços meramente humanos, que “todos os caminhos levam a Deus”. Tal pensamento é anticristão e é animado pelo “espírito do Anticristo” (I Jo.4:3) que, em breve, quando a Igreja for arrebatada, dominará por completo o cenário da humanidade. Tomemos cuidado com isso, amados irmãos!

- Uma outra consequência do item 4 de nosso “cremos” é a de que não cabe qualquer discurso a respeito da salvação pelo próprio homem. Teorias de “evolução espiritual” devem ser totalmente rechaçadas. Toda e qualquer doutrina que ensine que o homem, de alguma forma, por seus próprios esforços e meios, pode alcançar um melhor estado espiritual não pode ser aceita. Assim, devemos repudiar, entre outras, a “doutrina da reencarnação” e a visão a respeito do assunto que tem a Maçonaria.

- O item 5 do nosso “cremos” é a consequência lógica do item anterior. Para que o homem seja digno do reino dos céus é necessário que nasça de novo. Foi o ensino que Jesus deu ao príncipe Nicodemos (Jo.3:3,5). É preciso nascer de novo, tornar-se uma nova criatura mediante a fé em Jesus como Senhor e Salvador, fé esta que não nasce de nós mesmos, mas que é resultado da pregação da Palavra de Deus (Rm.10:17) e do convencimento do Espírito Santo (Jo.16:8-11). Quando ouvimos, cremos na Palavra, mediante o convencimento do Espírito Santo, passamos a ver o reino de Deus (Jo.3:3).

- Depois que ouvimos, cremos na Palavra e somos convencidos pelo Espírito Santo, precisamos diariamente permanecer neste estado, “nascendo da água e do Espírito” e, desta maneira, poderemos, ao fim da jornada, entrarmos no reino de Deus (Jo.3:5). É por isso que, em nosso “cremos”, se fala em novo nascimento pelo “poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus”. Somente assim seremos achados dignos de entrar no reino dos céus.

- Por isso, no item 6 de nosso “cremos”, afirma-se que a salvação é presente, ou seja, depende de nossa continuidade no estado em que fomos postos quando entregamos nossas almas ao Senhor Jesus. Repudiamos, pois, o ensino de que “uma vez salvo, salvo para sempre”.

- Mas além de presente, a salvação também é perfeita. O sacrifício de Jesus é suficiente para realizar o perdão dos nossos pecados e nos dar uma eterna justificação da alma. Quem é salvo, é salvo de verdade, não depende de qualquer outra providência para garantir a salvação, a não ser a manutenção no estado em que foi posto pelo fato de ter entregado sua alma a Cristo. Por isso, não podemos aceitar, em absoluto, doutrinas como da “maldição hereditária” ou da “quebra de maldições”, pois, quem está em Cristo, nova criatura é (II Co.5:17).

- De igual modo, não podemos, de forma alguma, aceitar que, mesmo após a morte da pessoa, existam meios pelos quais se alcance o perdão dos pecados. A salvação é presente e perfeita. Assim, quem morrer em pecado, estará irremediavelmente perdido, não havendo mais como se salvar (Ez.18:4,20). Não há lugar para “atalhos”, como a “doutrina do purgatório” ou a “doutrina da reencarnação”.

- O item 7 de nosso “cremos” diz respeito ao batismo nas águas conforme as Escrituras. Por primeiro, entendemos que o batismo é uma das ordenanças deixadas pelo Senhor Jesus. O batismo é uma necessidade, pois se trata de um ato mandado por Jesus. Quem não se batiza nas águas está a desobedecer ao Senhor Jesus e, como tal, não pode ser considerado um verdadeiro cristão.

- O batismo conforme a Bíblia Sagrada é o batismo por imersão, ou seja, todo o corpo deve ser submergido em água, pois, caso contrário, não teremos a exigência escriturística e a correta figura do “sepultamento” para o mundo e a ressurreição com Jesus (Rm.6:4). O que se exige é a imersão e nada mais. Repudiamos todo ensino que exija que as águas sejam correntes, como eram as do rio Jordão, até porque o batismo cristão não é o batismo de João (At.19:3-5). Na Bíblia, mesmo, temos um exemplo que é de um batismo sem águas correntes, visto que na estrada de Gaza não havia rios (At.8:38,39).
OBS: Deve-se, pois, tomar-se muito cuidado com os ensinos de outras denominações que exigem o “rebatismo” para os assembleianos porque não se fez batismo “em água corrente”, como costuma ser ensinado pela Igreja Pentecostal Deus é Amor.

- O batismo é, além do mais, único. É um gesto em que dizemos que morremos para o mundo e ressuscitamos com o Senhor, declaração séria que nos fala da salvação, que é única. Assim, não se pode, de forma alguma, sob pena de se cometer sacrilégio, batizar-se uma segunda vez, pois isto seria banalizar o sacrifício de Cristo (Hb.10:29).

- Além do mais, ainda com relação ao item 7, devemos observar que a fórmula batismal é a constante das Escrituras, ou seja, “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mt.28:19). A expressão “batismo em nome do Senhor Jesus” significa “segundo a autoridade de Jesus”, “conforme a ordem de Jesus”, não sendo uma fórmula de batismo, portanto.

- Este foi um dos pontos que motivou a elaboração de um credo pelas Assembleias de Deus norte-americanas pois, com base numa equivocada interpretação da expressão “batismo em nome de Jesus”, surgiram movimentos que negavam a Trindade, o chamado movimento “Só Jesus” que deu nascimento aos chamados “modalistas”, como o “Tabernáculo da Fé” e, recentemente, “A Voz da Verdade”.

- Diante desta controvérsia, o Concílio Geral das Assembleias de Deus nos Estados Unidos decidiram em 1916 o seguinte: “…Uma vez que as palavras em Mt.28:19 e as palavras em At.2:38 são ambas inspiradas por Deus, nós, por isso, desaprovamos a contenda de alguns para exclusão de um texto ou contra o outro, porque a confusão e um espírito faccioso certamente geram uma conduta antibíblica. Este Concílio, por conseguinte, recomenda que todos os pregadores incluam em sua fórmula que usam no ato do batismo as palavras usadas por Jesus em Mt.28:19” (RESOLUTION on Baptismal Formula. In: Minutes of the General Council of Assemblies of God in the United States, Canadá and Foreign Lands, p.8. Disponível em: http://ifphc.org/DigitalPublications/USA/Assemblies%20of%20God%20USA/Minutes%20General%20Council/Unregistered/1916/FPHC/1916.pdf Acesso em 08 abr. 2011) (tradução nossa de texto em inglês).
OBS: Neste sentido, com devido respeito a entendimentos contrários, entendemos ser perfeitamente válido o batismo realizado pela Congregação Cristã no Brasil, pois a mesma atende à exigência do uso da fórmula de Mt.28:19, sendo, ademais, um batismo por imersão. O fato de eles não aceitarem nosso batismo não significa que não devamos aceitar o deles.

- O item 8 de nosso “cremos” é resultado de outra controvérsia surgida no movimento pentecostal, a respeito da “santidade” e da “santificação”. Ao contrário dos “movimentos de santidade”, os crentes pentecostais entendem que a santificação advém ao homem desde o instante da conversão. Não se trata de uma experiência distinta da conversão e, também, do batismo com o Espírito Santo. A partir do momento que nos convertemos, somos santificados (Jo.17:19; I Co.6:11; Hb.2:11; 10:14).

- No entanto, como a salvação é um processo, a santificação operada em nossa conversão tem de ser mantida e ampliada dia após dia, é a chamada “santificação progressiva”, que não precisa ser completada antes do batismo com o Espírito Santo. É um processo contínuo que deve ser mantido até o término de nossa vida sobre a face da Terra ou no dia do arrebatamento da Igreja (Rm.6:22; I Ts.4:3,4; I Tm.2:15; Hb.12:14).

- Por isso, o nosso “cremos” diz que obtemos a vida santa pelo sacrifício de Cristo Jesus, mas que esta santificação depende, para se manter até o dia de irmos para a eternidade, do “poder regenerador, inspirador e santificador do Espírito Santo que nos capacitar a viver como fiéis testemunhas do poder de Cristo”.

- Esta questão da santificação gerou, inclusive, uma revisão no credo das Assembleias de Deus dos Estados Unidos que, em 1961, alterou o item 9 de seu credo, que passou a ter a seguinte redação: “ A santificação é ‘um ato de separação daquilo que é mau e a dedicação para Deus’. Ela ocorre quando o crente se identifica com e tem a fé em Cristo, em Sua morte e ressurreição. Ela é entendida como sendo um processo no qual se requer a continua entrega para o Espírito Santo.”

- Isto é importante porque o batismo com o Espírito Santo não é uma experiência que demonstre que o crente que o recebe já está inteiramente santificado, como entende o “movimento da santidade”, mas, apesar do revestimento do poder e da posse dos dons espirituais, o crente precisa se santificar diariamente, sem o que não verá o Senhor, pois muitos que receberam o dom do Espírito Santo e os dons espirituais, que se descuidarem da santificação, não verão o Senhor (Mt.7:21-23).

- No item 9 de nosso “cremos”, temos o que os assembleianos norte-americanos consideram como um dos “quatro fundamentos cardeais” do credo, ou seja, o batismo com o Espírito Santo. Como crentes pentecostais, cremos que o batismo com o Espírito Santo é uma realidade para os nossos dias e que a evidência inicial do batismo, o sinal do batismo é o “falar em línguas estranhas”.

- Já há pessoas em nosso meio defendendo outros “sinais” para o batismo com o Espírito Santo, ensinamentos que devem ser repudiados, pois o único sinal bíblico para a confirmação do batismo com o Espírito Santo é o falar em línguas estranhas. Não nos deixemos enganar por estes “inovadores”, que estão a falsificar a verdade bíblica.

- O item 10 do nosso “cremos” traz a nossa crença na atualidade dos dons espirituais. Assim como o batismo com o Espírito Santo é uma realidade para os nossos dias, de igual maneira os dons espirituais também o são. Lamentavelmente, são poucos os crentes que se dizem pentecostais que mostram crer neste item. Por quê? Porque são pouquíssimos os crentes que estão a “buscar com zelo” os dons espirituais (I Co.14:1). Muito das anomalias que estão a ingressar em nossas igrejas locais resulta desta negligência de buscarmos seja o batismo com o Espírito Santo, seja os dons espirituais, algo que acontece no período em que a transmissão do poder de Deus se faz mais necessário do que nunca, diante da multiplicação da iniquidade (Mt.24:12) e da iminência do arrebatamento da Igreja. Acordemos enquanto é tempo!

- Inexplicavelmente, nosso “cremos”, ao contrário do das Assembleias de Deus nos Estados Unidos, não contém um item específico sobre a cura divina, que é considerada entre os norte-americanos um dos “fundamentos cardeais” de sua declaração de fé. Este fato, contudo, não nos permite dizer que não cremos na cura divina. Como já diziam nossos pioneiros: “Jesus salva, cura, batiza com o Espírito Santo e em breve voltará”. Talvez esta falha em nosso “cremos” (e temos aí a prova de que um credo é apenas um resumo da verdade bíblica e não a substitui) tenha sido determinante para o surgimento, entre nós, de outros movimentos que, aproveitando-se desta omissão, quiseram se notabilizar perante a sociedade brasileira pela ênfase na cura divina. De qualquer modo, embora não conste de nosso “cremos”, como crentes pentecostais devemos crer na cura divina, pois, como bem diz o item 12 da “Declaração das Verdades Fundamentais do Concílio Geral das Assembleias de Deus nos Estados Unidos, Canadá e Nações Estrangeiras”: “A cura divina dos doentes é provida pela expiação”, ou seja, a morte de Cristo no Calvário tanto nos concede o perdão dos nossos pecados, como também a cura de nossas enfermidades (Sl.103:3; Is.53:4,5; At.3:16).

- O item 11 do nosso “cremos” inicia a “parte escatológica”, que contém quatro itens, a mostrar a importância que o crente pentecostal deve dar para a “doutrina das últimas coisas”, uma vez que a sua esperança deve ser a vida eterna com Cristo. A falta de menção desta doutrina em nossos púlpitos, na atualidade, é um fator preocupante e que mostra como estamos distantes do fervor dos pioneiros…

- O item 11 confirma que o movimento pentecostal adota a linha premilenista dispensacionalista, i.e., crê que Jesus voltará para arrebatar a Sua Igreja e que, sete anos depois, quando se completar a “septuagésima semana de Daniel” (Dn.9:24-27), voltará para redimir Israel e estabelecer o Seu reino milenial sobre toda a Terra.

- Na atualidade, já há muitos “ensinadores” em nosso meio que adotam outros entendimentos, dizendo que a Igreja passará pela “Grande Tribulação” (que é a septuagésima semana de Daniel) ou, pelo menos, na primeira parte do período, sem falar naqueles que já chegam a negar o próprio reino milenial de Cristo.

- Salientemos que nossos pioneiros, quando acolheram este ensino, fizeram-no pela fé nas Escrituras, num tempo em que Israel era apenas uma nação sem terra e sem qualquer perspectiva de retornar a ser um país no mundo. Em 1948, porém, numa demonstração inequívoca de que a linha premilenista dispensacionalista é a que traz a verdade bíblica, Israel ressurgiu dentre as nações e, portanto, não vemos como, agora, depois desta demonstração, alguns dos nossos queiram adotar linhas que foram cabalmente desacreditadas. Tomemos cuidado, amados irmãos!

- O item 12 de nosso “cremos” fala-nos a respeito do Tribunal de Cristo, onde os crentes serão julgados pelas obras que fizeram por meio do corpo, ou bem, ou mal (Rm.14:10; II Co.5:10). Ao lado da alegria da salvação e do amor pelas almas perdidas, este é um ponto doutrinário que nos incentiva e estimula a trabalharmos para o Senhor enquanto estivermos nesta Terra. Foi, indubitavelmente, um dos aspectos incentivadores do poeta sacro, o missionário sueco Simon Lundgren (1898-1990), um dos pioneiros das Assembleias de Deus no Brasil, na elaboração do hino 16 de nossa Harpa Cristã. Lamentavelmente, pouco se fala sobre este tema na atualidade em nossas igrejas locais, o que muito contribui para a letargia que vivemos em termos de evangelização. Acordemos enquanto é tempo!

- O item 13 de nosso “cremos” fala do “juízo final”, também conhecido como “juízo do Trono Branco”. Neste juízo, do qual os crentes não participarão pois já terão sido salvos e julgados, só em relação às obras mas não em termos de salvação, no Tribunal de Cristo, haverá recompensa para os fiéis e condenação para os infiéis. É importante observar que, ao contrário de alguns ensinamentos em nosso meio, não cremos que todos serão condenados no juízo final.

- O item 14 do “nosso cremos”, por fim, fala do “estado eterno”, onde haverá “vida eterna de gozo e felicidade para os fiéis” e “tormento e tristeza para os infiéis”. Em virtude disso, não podemos, de forma alguma, aceitar seja o argumento de que “todos serão salvos no final dos tempos” (ensino conhecido como “universalismo”), nem tampouco dizer que os que forem infiéis serão destruídos (ensino conhecido como “aniquilacionismo”). O padecimento eterno é uma realidade e, embora não devamos pregar o medo e o pavor para as pessoas, pois ninguém irá ao céu por medo do inferno, não podemos deixar de pregar esta realidade que, infelizmente, em busca de “simpatia” e “popularidade”, muitos têm omitido.

- É este, pois, o resumo de nossa fé. Será que temos sido crentes assembleianos genuínos e autênticos?

Caramuru Afonso Francisco