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quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
O CRENTE E A CONFISSÃO POSITIVA
Esta declaração sobre o crente a confissão positiva foi aprovada como uma declaração oficial pelo Presbitério Geral das Assembleias de Deus [as Assembleias de Deus dos Estados Unidos da América, observação nossa] em 19 de agosto de 1980.
As Assembleias de Deus desde os seus primeiros dias tem reconhecido a importância da vida de fé. A ela tem sido dada ênfase proeminente porque as Escrituras dão a ela proeminência.
O escritor aos hebreus aponta que sem fé é impossível agradar a Deus.Por isso, ele descreve a fé como crer em duas coisas: que Deus existe e que é o galardoador daqueles que O buscam (Hb.11:6).
Todas as bênçãos que Deus tem para o Seu povo são recebidas por fé. Salvação (At.16:31), batismo com o Espírito Santo (At.11:15-17), preservação divina (I Pe.1:5), herança de promessas que incluem a cura e a provisão de necessidades materiais (Hb.6:12) e a motivação para o testemunho (II Co.4:13), que estão entre as muitas provisões da graça de Deus.
Hoje, como em toda geração, é importante para os crentes estar atentos ao exemplo na Escritura de ser forte na fé (Rm.4:20-24). Eles devem estar de guarda contra qualquer coisa que possa enfraquecer ou destruir a fé. Eles precisam orar para seu acréscimo (Lc.17:5) e constantemente procurar cultivá-la através da leitura da Palavra de Deus (Rm.10:17).
O crente e a confissão positiva
Ocasionalmente, através da história da Igreja, as pessoas têm tomado posições extremas a respeito de grandes verdades bíblicas. Algumas vezes, mestres têm defendido estes extremos. Em outras ocasiões, seguidores de alguns mestres têm ido além além dos ensinos com repercussões desfavoráveis à causa de Cristo.
Confissão positiva e confissão negativa são expressões que, nos últimos anos, têm recebido aceitação em uma forma extrema em alguns círculos.Tanto a definição na escrita quanto o modo de uso dão alguma luz nas implicações destes termos.
O fato de que extremos são agora trazidos ao foco nesta declaração não implica, em absoluto, na rejeição da doutrina da confissão, que é uma importante verdade bíblica. A Bíblia ensina que as pessoas devem confessar seus pecados (I Jo.1:9), devem confessar Cristo (Mt.10:32; Rm.10:9,10), como também manter uma boa confissão (Hb.4:14; 10:23, Versão American Standard).
Mas quando as pessoas, para enfatizar uma doutrina, vão além ou ao contrário do que o ensino das Escrituras, eles não honram a doutrina. Bem ao contrário, trazem reprovação a ela e para a obra do Senhor. Por esta razão, é importante chamar a atenção para estes excessos e mostrar como eles estão em conflito com a Palavra de Deus.
Algumas posições sobre o ensino da confissão positiva
O ensino da confissão positiva fia-se em uma definição de um dicionário inglês da palavra confissão: “reconhecer ou possuir; admitir fé em”. A confissão é também descrita como afirmar algo em que se crê, testificar para algo conhecido e testemunhar uma verdade que já foi abraçada.
Esta visão caminha um passo a mais e divide a confissão em aspectos positivos e negativos. O negativo é admitir o pecado, a doença, a pobreza ou outras situações indesejáveis. A confissão positiva é reconhecer ou possuir situações desejáveis.
Enquanto haja variações de interpretação e de ênfase a respeito deste ensino, a conclusão parece ser que o indesejável pode ser evitado pela repressão de confissões negativas. O desejável pode ser desfrutado em se fazendo confissões positivas.
De acordo com esta visão, como expresso em várias publicações, o crente que se abstém de admitir o negativo e continua a afirmar o positivo assegura para si próprio circunstâncias desejáveis. Ele será capaz de predominar sobre a pobreza, o mal e a doença. Ele será doente somente se ele confessar que é doente. Alguns fazem uma distinção entre admitir os sintomas da enfermidade e a enfermidade mesma.
Esta visão defende que Deus quer que os crentes vistam as melhores roupas, dirijam os melhores carros, e tenham o melhor de tudo. Os crentes não precisam sofrer adversidades financeiras. Tudo que eles precisam é dizer a Satanás para tirar suas mãos do dinheiro deles. O crente pode ter tudo aquilo que ele diz que precisa, seja espiritual, físico ou financeiro. É ensino que a fé obriga a ação de Deus.
De acordo com esta posição, o que uma pessoa diz determina o que ele receberá e o que ele se tornará. Por conseguinte, as pessoas são instruídas a começar confessando mesmo se o que elas querem não pode ter sido realizado. Se uma pessoa quer dinheiro, ele deve confessar que o tem, ainda que isto não seja verdade. Se uma pessoa quer cura, ele deve confessar ainda que não seja obviamente o caso. É dito para as pessoas que elas podem ter tudo aquilo que elas dizem, e, por esta razão, um grande significado é atribuído à palavra dita. É reivindicado que a palavra dita, se repetida suficientemente, resultará eventualmente em fé que consegue a bênção desejada.
É compreensível que algumas pessoas queiram aceitar o ensino da confissão positiva. Ele promete uma vida livre de problemas e seus defensores parecem fundamentá-la com passagens das Escrituras. Os problemas desenvolvem-se, porém, quando afirmações da Bíblia são isoladas de seu contexto e do que o resto das Escrituras dizem a respeito do assunto. Os extremos geram verdade distorcida e eventualmente ferem os crentes tanto enquanto indivíduos e a causa de Cristo em geral.
Quando os crentes estudarem a vida de vitória e de fé que Deus tem para o Seu povo, é importante, como em toda doutrina, buscar pela ênfase balanceada das Escrituras. Isto ajudará a evitar os extremos que, eventualmente, frustrem mais do que ajudem os crentes no seu andar com Deus.
Os crentes devem considerar o ensino total das Escrituras
O apóstolo Paulo deu um importante princípio de interpretação das Escrituras que chamou de “comparar as coisas espirituais com as espirituais” (I Co.2:13). O ponto principal deste princípio é considerar que tudo que a Palavra de Deus tem a dizer sobre um dado assunto ao estabelecer uma doutrina. Somente uma doutrina baseada em uma visão global das Escrituras se conforma com esta regra bíblica de interpretação.
Quando o ensino da confissão positiva indica que admitir fraqueza é aceitar a derrota, admitir necessidade financeira é aceitar pobreza, e admitir doença é impedir a cura, ele está indo além e em contrariedade à harmonia das Escrituras.
Por exemplo, o rei Josafá admitiu que não tinha força alguma contra a aliança inimiga, mas Deus lhe deu uma vitória maravilhosa (II Cr.20). Paulo admitiu fraqueza e então declarou que quando ele estava fraco, então era forte porque o poder de Deus é aperfeiçoado na fraqueza (II Co.12:9,10).
Foi depois que os discípulos reconheceram que não tinham o suficiente para alimentar as multidões e admitiram isto que Cristo providenciou maravilhosamente um suprimento mais do que adequado (Lc.9:12,13). Foi depois que os discípulos admitiram que não haviam apanhado peixe algum que Jesus os dirigiu para um esforço muito bem sucedido (Jo.21:3-6).
Não foi dito a estas pessoas para substituir confissões negativas por confissões positivas que eram contrárias aos fatos. Elas declararam condições exatamente como elas eram em vez de fingir algo mais. Mesmo assim Deus interveio maravilhosamente mesmo tendo eles feito o que alguns chamam de confissões negativas.
Comparar as Escrituras com as Escrituras deixa claro que expressões verbais positivas nem sempre produzem efeitos felizes, nem que declarações negativas produzem sempre efeitos infelizes. Ensinar que líderes nos primeiros dias da Igreja como Paulo, Estevão ou Trófimo não viviam em um estado constante de fartura e de saúde porque não tinham a iluminação deste ensino é ir além e em contrariedade à Palavra de Deus. Uma doutrina somente será investigada e aprovada se ela se desenvolver dentro da estrutura do ensino total das Escrituras.
A palavra grega traduzida por “confessar” significa “falar a mesma coisa”. Quando as pessoas confessam Cristo, isto é dizer a mesma coisa que as Escrituras dizem em relação a Cristo. Quando as pessoas confessam o pecado, isto é dizer o mesmo que as Escrituras dizem a respeito de pecado. E quando as pessoas confessam alguma promessa das Escrituras, eles devem estar certas que elas estão dizendo a mesma coisa acerca daquela promessa como o ensino total das Escrituras a respeito daquele tema.
As palavras de Agostinho são apropriadas a este respeito: “Se você crê naquilo que você gosta do Evangelho e rejeita o que você não gosta, não é no Evangelho em que você crê, mas em você mesmo”.
Os crentes devem considerar adequadamente a vontade de Deus
Quando a doutrina da confissão positiva indica que uma pessoa pode ter tudo aquilo que ela diz, ela falha em enfatizar adequadamente que a vontade de Deus deve ser levada em conta. Davi tinha as melhores intenções quando ele externou seu desejo de construir um templo para o Senhor, mas não era a vontade de Deus (I Cor.17:4). Foi permitido a Davi coletar os materiais, mas coube a Salomão a construção do templo.
Paulo orou para que o espinho na carne fosse removido, mas não era a vontade de Deus. Invés de remover o espinho, o Senhor deu a Paulo graça suficiente (II Co.12:9).
A vontade de Deus pode ser conhecida e reivindicada pela fé, mas o desejo do coração não é sempre o critério pelo qual a vontade de Deus é determinada. Há vezes em que o agradável e o desejável pode não ser a vontade de Deus. Tiago fgaz referência a isto quando escreveu: “Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossas concupiscências” (Tg.4:3). A palavra traduzida por “concupiscências” [na Versão do Rei Tiago, observação do tradutor] não se refere a um desejo perverso mas a prazer ou desfrute, aquilo que o coração deseja. Várias traduções usam a palavra “deleite” em vez de “concupiscência” [como é o caso da Versão Almeida Revista e Corrigida, observação do tradutor].
No Getsêmane, Jesus pediu que se fosse possível o cálice fosse removido. Era o Seu desejo, mas, na Sua oração, Ele reconheceu a vontade de Deus e disse: “Todavia, não se faça a Mina vontade, mas a Tua” (Lc.22:42).
A Bíblia reconhece que há vezes em que um crente não saberá pelo que deverá orar. Ele não saberá qual é a vontade de Deus. Ele pode até ficar perplexo como Paulo algumas vezes ficou (II Co.4:8). Nestas situações, melhor do que simplesmente fazer uma confissão positiva baseada nos desejos do coração, o crente precisa reconhecer que o Espírito Santo intercede por ele de acordo com a vontade de Deus (Rm.8:26,27).
A vontade de Deus sempre deve ter prioridade sobre os planos e os desejos dos crentes. As palavras de Tiago devem ser constantemente guardadas à vista: “Em lugar do que devíeis dizer: Se o Senhor quiser, e se vivermos, faremos isto ou aquilo” (Tg.4:15).
Obter o que o crente quer não é tão simples como repetir uma confissão positiva. Coisas agradáveis podem estar fora da vontade de Deus e, de modo inverso, coisas desagradáveis podem estar na vontade de Deus. É importante para o crente dizer como os amigos de Paulo disseram: “Seja feita a vontade do Senhor” (At.21:14) — mais importante do que pedir uma vida livre de sofrimento.
Os crentes devem reconhecer a importância da oração inoportuna
Quando a visão da confissão positiva ensina que os crentes devem mais confessar que orar pelas coisas que Deus tem prometido, ela não toma conhecimento do ensino da Palavra de Deus a respeito da oração inoportuna. De acordo com alguns que perfilham esta doutrina da confissão positiva, as promessas de Deus estão na área das bênçãos materiais, físicas e espirituais: os crentes devem reivindicar ou confessar estas bênçãos e não orar por elas.
A instrução para não orar pelas bênçãos prometidas é contrário ao ensino da Palavra de Deus. O alimento é uma das bênçãos prometidas por Deus, mas Jesus ensinou Seus discípulos a orar: “O pão nosso de cada dia nós dá hoje” (Mt.6:11). A sabedoria é uma bênção prometida por Deus, mas as Escrituras declaram que se qualquer homem “tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada” (Tg.1:5). Jesus chamou o Espírito Santo de a promessa do Pai (Lc.24:49), mas também ensinou que Deus daria o Espírito Santo àqueles que Lho pedirem (Lc.11:13).
Enquanto há vezes em que Deus disse ao povo para não orar, como no caso de Moisés no Mar Vermelho (Ex.14:15), há muitas passagens das Escrituras lembrando os crentes a orar, e mais, orar sem cessar (Rm.12:12; Fp.4:6; I Ts.5:17).
Jesus enfatizou a importância da importunação na oração. A ilustração do amigo persistente que veio à meia-noite pedido por pão para apresentar a seus convidados tornou-se a base para a declaração de Cristo: “Pedi e dar-se-vos-á” (Lc.11:5-10). A parábola da viúva e do juiz iníquo tornou-se a ocasião para Nosso Senhor enfatizar a importunação na oração (Lc.18:1-8). Estas pessoas foram elogiadas pela importunação e não por uma confissão positiva sem oração.
Enquanto os caminhos de Deus estão acima dos caminhos do homem, e não podemos entender a razão de todo comando nas Escrituras, nós temos de saber que em Sua sabedoria Deus ordenou a oração como parte do processo incluído no encontro de uma necessidade. Mais do que uma indicação de dúvida, a oração inoportuna pode ser uma indicação de obediência e fé.
Os crentes devem reconhecer que podem esperar sofrimento nesta vida
O ensino da confissão positiva defende que devemos viver como reis nesta vida. Ela ensina que os crentes devem dominar e não ser dominados pelas circunstâncias. A pobreza e a doença são comumente mencionadas entre as circunstâncias sobre as quais os crentes devem ter domínio.
Se os crentes escolhem os reis deste mundo como modelos, é verdade que eles buscarão uma vida livre de problemas (embora até mesmo os reis deste mundo não estejam livres de problemas). Eles estão mais preocupados com prosperidade física e material do que em crescimento espiritual.
Quando os crentes escolhem o Rei dos reis como seu modelo, entretanto, seus desejos serão completamente diferentes. Eles serão transformados pelo Seu ensino e exemplo. Eles reconhecerão a verdade que está escrita em Rm.8:17 a respeito dos coerdeiros de Cristo: “se é certo que com Ele padecemos, para que também com Ele sejamos glorificados”. Paulo foi ainda além ao se gloriar em suas enfermidades em lugar de negá-las (II Co.12:5-10).
Embora Cristo fosse rico, por amor de nós Se fez pobre (Ii Co.8:9). Ele podia dizer: “As raposas têm covis, e as aves dos céus têm ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça” (Mt.8:20).
Enquanto Deus em Sua Providência dotou alguns com a capacidade de acumular riqueza maior que outros, alguma coisa está tragicamente faltando se não há boa vontade para fazer a vontade de Deus e abandonar tudo, se for necessário, inclusive os confortos do ser humano.
Jesus jamais cessou de ser Deus, e através do poder do Espírito Santo fez vários milagres, mas Ele não estava livre de sofrimentos. Ele sabia que deveria padecer muito dos anciãos (Mt.16:21; 17:21). Ele desejou comer a páscoa com os discípulos antes que sofresse (Lc.22:15). Depois de Sua morte, os discípulos reconheceram que o sofrimento de Cristo era cumprimento das profecias (Lc.24:25, 26, 32).
Quando os crentes percebem que reinar como reis nesta vida é tomar Cristo como modelo de rei, eles reconhecerão que isto pode envolver o sofrimento, que, algumas vezes, é muito mais real ficar com circunstâncias desagradáveis do que tentar fazer todas as circunstâncias agradáveis.
Foi mostrado a Paulo que ele deveria sofrer (At.9:16). Mais tarde ele se regozijou com seus sofrimentos para os colossenses. Ele viu que o seu sofrimento como o cumprimento “ na minha carne, do resto das aflições de Cristo, pelo Seu corpo, que é a Igreja” (Cl.1:24).
Deus promete suprir as necessidades dos crentes e Ele sabe como livrar o devoto da tentação, mas reinar na vida como Cristo fez pode também incluir o sofrimento. O crente submisso aceitará isto.Ele não ficará desiludido se a vida não for uma série contínua de experiências agradáveis. Ele não se tornará cínico se não tiver todos os desejos de seu coração.
Ele reconhecerá que o servo não é maior do que seu senhor. Seguir a Cristo exige negar a nós mesmos (Lc.9:23). Isto inclui negar nossos desejos egoísticos e pode incluir admitir nossos problemas.
Problemas nem sempre são indicação de falta de fé. Pelo contrário, podem ser um tributo à fé. Esta é a grande ênfase de Hb.11:32-40:
E que mais direi? Faltar-me-ia contando de Gedeão, e de Baraque, e de Sansão, e de Jefté, e de Davi, e de Samuel e dos profetas: os quais pela fé venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam as bocas dos leões, apagaram a força do fogo, escaparam do fio da espada, da fraqueza tiraram forças, na batalha se esforçaram, puseram em fugida os exércitos dos estranhos. As mulheres receberam pela ressurreição os seus mortos; uns foram torturados, não aceitando o seu livramento para alcançarem uma melhor ressurreição; e outros experimentaram escárnios e açoites, e até cadeias e prisões. Foram apedrejados, serrados, tentados, mortos ao fio da espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos e maltratados (dos quais o mundo não digno), errantes pelos desertos e montes, e pelas covas e cavernas da terra. E todos estes, tendo tido testemunho pela fé, não alcançaram a promessa: provendo Deus alguma coisa melhor a nosso respeito, para que eles sem nós não fossem aperfeiçoados.
Defender que todo o sofrimento resulta de confissões negativas e indica falta de fé contradiz as Escrituras. Alguns heróis da fé sofreram grandemente, alguns até morreram por causa da fé, e foram elogiados por isso.
Os crentes devem reconhecer a soberania de Deus
A ênfase da confissão positiva tem uma tendência para incluir declarações que fazem parecer que o homem é soberano e Deus, o servo. Declarações são feita a respeito de obrigar Deus a agir, o que implica dizer que Ele abandonou a Sua soberania, que Ele não está mais na posição de agir de acordo com a Sua sabedoria e propósito. Referências são feitas de que a verdadeira prosperidade é a capacidade de usar a capacidade de Deus e o poder de encontrar necessidades independentemente de que sejam tais necessidades. Isto põe o homem na posição de usar Deus mais do que o homem se entregar a si mesmo para ser usado por Deus.
Nesta visão, é dada muito pouca consideração à comunhão com Deus para se descobrir a Sua vontade. Há muito pouco apelo a buscar as Escrituras para se ter a estrutura da vontade de Deus. Há pouca ênfase no tipo de discussão que devem seguir os crentes que resulta na concordância de dois ou três sobre qual seja a vontade de Deus. Em lugar disso, o desejo do coração é visto como uma ordem que vincula a Deus. Ele é visto como algo que concede autoridade ao crente.
É verdade que Jesus disse: “E tudo quanto pedirdes em Meu nome, Eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho” (Jo.14:13). Mas as Escrituras também ensinam que o pedido deve estar de acordo com a vontade de Deus: “E esta é a confiança que temos n’Ele, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a Sua vontade, Ele nos ouve. E, se sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que alcançamos as petições que Lhe fizemos” (I Jo.5:14,15).
“Aquietai-vos e sabei que Eu sou Deus” (Sl.46:10) é ainda uma importante regra hoje. Deus é Deus. Ele não entrega Sua glória ou soberania para ninguém. Ninguém pode obrigar Deus a agir.
A autoridade do crente existe apenas na vontade de Deus, e é responsabilidade do crente descobrir e se conformar à vontade do Deus soberano mesmos nas coisas que deseja. As palavras de Paulo são ainda aplicáveis: “Pelo que não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor” (Ef.5:17).
Quando os crentes reconhecem a soberania de Deus e de modo apropriado tornam-se preocupados com a vontade de Deus, eles não falarão em termos de obrigar Deus ou usar o poder de Deus. Eles falarão em se tornar servos obedientes. Eles desejarão se tornar instrumentos submissos nas mãos de Deus.
Os crentes devem aplicar o teste prático
Revendo os esforços daqueles que defendem este ensino da confissão positiva, fica evidente que o apelo básico é para aqueles que já são cristãos que vivem em uma sociedade farta. Eles encorajam um elitismo espiritual em seus aderentes, dizendo: “Nós cremos nas mesmas coisas que vocês. A diferença é que nós praticamos o que cremos”.
Um teste prático de uma crença é se ela tem uma aplicação universal. O ensino tem significado apenas para quem vive em uma sociedade farta? Ou isto também funciona entre os refugiados do mundo? Que aplicação tem este ensino para os crentes presos por sua fé por governos ateístas? Estão aqueles crentes que sofrem martírio ou graves prejuízos físicos nas mãos de ditadores cruéis e implacáveis abaixo do padrão?
A verdade da Palavra de Deus tem aplicação universal. Ela é tão efetiva nos bairros pobres quanto nos subúrbios. Ela é tão efetiva na selva quanto na cidade. Ela é tão efetiva em uma nação estrangeira quanto em nosso próprio país. Ela é tão efetiva tanto em nações pobres como entre as nações ricas. O teste do fruto é ainda o único caminho para determinar se um mestre ou um ensino é de Deus ou do homem: “Pelos seus frutos os conhecereis” (Mt.7:20).
Os crentes devem lidar cuidadosamente com a palavra “Rhema”
Em virtude de haver muito pouco literatura entre os que expõem o ensino da confissão positiva a respeito da palavra grega “Rhema”, é necessário considerá-la como usada primariamente em comunicação oral.
Uma distinção é feita geralmente pelos defensores deste ensino entre as palavras “logos” e “rhema”. A primeira — dizem eles — refere-se à “palavra escrita”; a segunda, para o que é presentemente falado pela fé. De acordo com esta doutrina, tudo aquilo que é falado pela fé se torna inspirado e toma conta do poder criativo de Deus.
Há dois grandes problemas nesta distinção. Por primeiro, a distinção não é justificado pelo uso em o Novo Testamento Grego ou na Septuaginta (a versão grega do Antigo Testamento). As palavras são usadas como sinônima em ambos.
No caso da Septuaginta, tanto “rhema” quanto “logos” são usadas para traduzir a única palavra hebraica dabar, que é usada em vários meios relacionados com a comunicação. Por exemplo, a palavra dabar (traduzida “Palavra de Deus”) é usada tanto em Jr.1:1 quanto em Jr.1:2. Mas, na Septuaginta, é traduzida “rhema” no versículo 1 e “logos” no versículo 2.
Em o Novo Testamento, as palavras rhema e logos também são usadas uma pela outra. Isto pode ser visto em passagens como I Pe.1:23 e 25. No verso 23, é “o logos de Deus que…permanece para sempre”. No verso 25, “o rhema do Senhor permanece para sempre”. Novamente, em Ef.5:26, os crentes são lavados “com a lavagem da água pelo rhema”. Em Jo.15:3, os crentes “são limpos pelo logos”.
As distinções entre logos e rhema não podem ser sustentadas pela evidência bíblica. A Palavra de Deus, quer seja referida como logos, quer seja referida como rhema, é inspirada, eterna, dinâmica e miraculosa. Se a Palavra foi escrita ou falada, isto não altera seu caráter essencial. “Toda a Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; para que todo homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda a boa obra” (II Tm.3:16,17).
Um segundo problema também existe para aqueles que fazem distinção entre as palavras logos e rhema. Passagens das Escrituras são algumas vezes selecionadas sem atenção ao contexto ou à analogia da fé, que eles reivindicam ser “palavras de fé”. Neste tipo de aplicação do assim chamado princípio rhema, os defensores desta doutrina estão mais preocupados em fazer a Palavra significar o que eles querem que ela signifique do que se tornar no que a Palavra quer que eles se tornem. Em alguns exemplos, torna-se óbvio que eles amam Deus mais pelo que Ele faz e não pelo que Ele é.
É importante que os crentes evitem qualquer forma de existencialismo cristão que isola passagens das Escrituras do contexto e faz algumas passagens eternas e outras, contemporâneas.
Conclusão
Ao se considerar qualquer doutrina, é sempre necessário perguntar se ele está em harmonia com o ensino total das Escrituras. Uma doutrina baseada em menos do que uma visão global da verdade bíblica pode apenas trazer dano para a causa de Cristo. Ela pode mesmo ser mais danosa do que doutrinas que rejeitam as Escrituras totalmente. Algumas pessoas aceitarão mais facilmente algo como verdadeiro se ela está relacionada com a Palavra de Deus, mesmo se o ensino é uma ênfase extrema ou contradiz outros princípios das Escrituras.
A Palavra de Deus firmemente ensina grandes verdades como a cura, a provisão das necessidades e a autoridade dos crentes. A Bíblia também ensina que uma mente disciplinada é um importante fator para a vida vitoriosa. Mas estas verdades devem ser consideradas na estrutura do ensino total das Escrituras.
Quando abusos ocorrem, há, algumas vezes, a tentação para deixar de crer nestas grandes verdades da Palavra de Deus. Em alguns casos, pessoas abandonam Deus totalmente quando descobrem que ênfases exageradas nem sempre encontram suas expectativas ou resultam em liberdade de seus problemas.
O fato de que aberrações doutrinárias se desenvolvem, não é razão para rejeitar ou manter silêncio a respeito delas. A existência de diferenças de opinião é, antes de tudo, a maior razão pela qual os crentes devem continuar diligentemente a pesquisar as Escrituras. É por isto que os servos de Deuspodem fielmente declarar todo o conselho de Deus.
Concílio Geral das Assembleias de Deus
Fonte: http://ag.org/top/Beliefs/Position_Papers/pp_downloads/pp_4183_confession.pdf Acesso em 16 dez. 2011
Tradução de Caramuru Afonso Francisco.
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2 comentários:
Irmão vim fazer uma visita ao seu blog, li algumas coisas, e dou graças a Deus pelo seu empenho em proclamar a bendita Palavra. Quero porém deixar algo mais do que um simples comentário. Quero deixar estas palavras: Que escreva sempre com humildade, de todo o coração, e com muito amor, escreva principalmente as verdades vividas na sua vida, porque eu creio que o seu alvo e o meu é sermos úteis, e atingirmos o coração dos que lêem. Aproveito para fazer um convite. gostaria de te-lo como meu amigo virtual na Verdade que Liberta. As minhas saudações em Cristo Jesus.
A paz do Senhor, Homem de Deus! Gosto muito do seu blog! Há aqui alguma postagem tratando de "Prosperidade"?
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