domingo, 1 de agosto de 2010

OS PROFETAS ANTERIORES, ORAIS, NÃO-ESCRITORES OU NÃO-CLÁSSICOS




A atividade profética, como a linguagem, desenvolveu-se oralmente, depois assumiu a forma escrita.

Texto áureo – “E todos os profetas, desde Samuel, todos quantos depois falaram, também anunciaram estes dias” (At.3:24).


INTRODUÇÃO

- Em complemento ao estudo deste trimestre, estudaremos os chamados “profetas anteriores”, também denominados de “profetas orais”, “profetas não-escritores” ou, ainda, “profetas não-clássicos”.

- Os “profetas anteriores” são todos os profetas levantados por Deus e que não tiveram o mandado divino de reduzir a escrito as suas mensagens proféticas, o que foi feito posteriormente pelos que foram inspirados a escrever o texto sagrado.

I – OS PROFETAS ANTERIORES ATÉ SAMUEL

- Quando iniciamos o estudo do ministério profético na Bíblia, vimos que os profetas costumam ser classificados em dois grupos: profetas anteriores, também chamados orais, não-escritores ou não-clássicos e os profetas posteriores, também chamados de profetas literários, escritores ou clássicos.

- A diferença entre um grupo e outro é que os primeiros foram levantados como profetas pelo Senhor mas não foram incumbidos por Deus de reduzir a escrito as suas mensagens, a fim de que fossem elas conhecidas pelas gerações posteriores. Temos, assim, conhecimento do que disseram ao povo por intermédio de registros que lhes são posteriores, efetuados por outras pessoas, especialmente inspiradas pelo Espírito Santo para tal tarefa (II Pe.1:20,21).

- Em nosso trimestre letivo, tivemos uma lição sobre os profetas ditos escritores ou clássicos, ou seja, aqueles cujas mensagens foram, por ordem divina, reduzidas a escrito ainda no ministério de cada profeta, pelo próprio profeta ou mediante ditado do profeta (como aconteceu com Jeremias – Jr.36). Ante a ausência de uma lição sobre o outro grupo de profetas, entendemos ser útil este apêndice para esta finalidade.

- É importante ressaltar dois fatos para que não venhamos a criar confusão. O primeiro é que o fato de Deus não ter mandado ao profeta reduzir a escrito, de imediato, a sua mensagem não significa que este profeta seja inferior aos demais. Longe disso, isto apenas reflete até o estado cultural do povo no instante mesmo dos mencionados ministérios proféticos.

- Somente no final da história de ambos os reinos em que se dividiu Israel teremos uma preocupação com o registro da Palavra de Deus, como resultado até de um desenvolvimento cultural do povo e como ação da Providência Divina, ante a iminência da perda da terra de Canaã por parte dos israelitas. A destruição de ambos os reinos tornava absolutamente necessário o registro das mensagens proféticas para conhecimento das gerações vindouras, já que o contato oral ficaria sobremodo prejudicado (Sl.78:1-8).

- O segundo fator é que não devemos entender que os “profetas orais” não tenham escrito coisa alguma. Muito pelo contrário, entre os “profetas orais”, temos pessoas que escreveram parte das Escrituras, às vezes mais do que muito dos chamados “profetas literários”, mas seus escritos eram históricos ou poéticos, não tinham como objetivo registrar as suas mensagens proféticas, mas foram além disso, ao contrário dos “profetas literários”, que escreveram apenas suas profecias. Assim, pessoas como Davi, Samuel, Natã e Gade, apesar de seus escritos, são postos no rol dos “profetas orais”.

- Finis Jennings Dake (1903-1987) diz haver o registro, no Antigo Testamento, de 62 (sessenta e dois) profetas, sendo que 16(dezesseis) seriam “profetas literários” e 46(quarenta e seis), “profetas orais”, precisamente os que estamos a tratar neste pequeno estudo. Destes 46(quarenta e seis) profetas, Dake entende que 38(trinta e oito) atuaram na dispensação da lei, incluindo-se aí Balaão que, embora não fosse israelita, atuou sob a lei de Moisés.
OBS: Dake considera como profeta a Adão, com o que discordamos, pois o fato de Adão ter dado nomes aos seres vivos não o credencia como profeta como entendeu aquele comentarista. O profeta é aquele que se comunica com o homem trazendo mensagem de Deus, decorrência da entrada do pecado no mundo, algo que inocorria com Adão. Além do mais, Dake não inclui Jó como profeta, o que fazemos.

- A atividade profética, como já tivemos ocasião de verificar neste trimestre letivo, iniciou-se com Enoque, o primeiro profeta, o sétimo depois de Adão. Depois de Enoque, temos a figura de Noé, que a Bíblia chama de “pregoeiro da justiça” (II Pe.2:5), sinal de que também transmitiu aos homens a mensagem que recebeu de Deus a respeito da destruição do mundo pelo dilúvio, o que o faz ser um profeta.

- Posteriormente ao dilúvio, temos a figura de Héber ou Éber, bisneto de Sem (Gn.10:22-25), que teria profetizado a respeito da divisão da terra, ou seja, do juízo de Babel, tanto que pôs a seu filho primogênito o nome de “Pelegue”, que significa “divisão”, a demonstrar que, a exemplo de Enoque, também recebera revelação divina concernente ao plano da salvação.

- Depois de Héber, temos a sequência dos patriarcas (Abraão, seu contemporâneo Jó, Isaque, Jacó e José), cuja qualidade de profetas também já discorremos em lição deste trimestre, chegando, então, a Moisés, o profeta-modelo da dispensação da lei, período durante o qual também tivemos os ministérios de Balaão e do próprio Arão, que era “profeta” de Moisés (Ex.4:14-17).

- Moisés, como já estudamos, anunciou a vinda de um outro profeta como ele (Dt.18:15) e, na própria lei, deixou consignado que o Senhor levantaria profetas no meio do povo (Dt.13:1), ainda que não como Moisés, que receberiam mensagens por meios indiretos (Nm.12:6), até a vinda daquele profeta como Moisés. É importante observar que Moisés, embora seja tido como um profeta anterior, escreveu, segundo Dake, 475 versículos de profecias e, no texto sagrado, Moisés escreveu 4.392 versículos mais do que Isaías, prova de que ser “profeta oral” não significa, em absoluto, não ser escritor.

- A atividade profética não cessou, tanto que os judeus consideram que os livros do Antigo Testamento que se seguem ao Pentateuco, os livros que chamamos históricos, fazem parte do “Neviim”, ou seja, “dos profetas”, daí a expressão “a lei e os profetas”, que, inclusive, utilizada por Jesus (Mt.7:12; 22:40; Lc.16:16), que, desta forma, sancionou tal uso.

- Destarte, após Moisés, como Deus havia dito, começou a levantar profetas no meio de Seu povo, a fim de manter a comunicação com Israel, sempre dentro do propósito de manter a observância da lei por parte do povo, como também de revelar progressivamente o Seu plano de salvação não só para Israel mas para toda a humanidade.

- Josué foi, também, um profeta. Além de ter recebido a imposição das mãos de Moisés (Nm.27:18-20; Dt.34:9), gesto que representou a transmissão do ministério profético a ele, pois era o único ministério que Josué poderia exercer, vemos, também, Josué trazendo mensagens do Senhor ao povo (Js.3:9-12; 6:6-10,16-21,26).

- Na época dos juízes, apesar da anarquia política, que também se apresentou como anarquia espiritual, Deus não deixou o povo de Israel sem profetas. Débora é a primeira profetisa mencionada nas Escrituras (Jz.4:4), a demonstrar, uma vez mais, que o ofício profético era o mais “democrático” de todos, que não fazia sequer distinção de sexos (ao contrário dos outros dois ofícios – sacerdote e rei –, circunscritos a homens).

- Débora não somente trouxe a mensagem divina a Baraque relativamente à libertação do povo da opressão sob Jabim, como também foi usada pelo Espírito Santo para falar das consequências relacionadas ao envolvimento das tribos e cidades na luta pela liberdade, no famoso “cântico de Débora” (Jz.5), que nos mostra que o profeta era alguém que era cheio do Espírito Santo.

- Outro profeta que temos nesse período é Gideão, que também transmitiu ao povo de Israel a mensagem divina que recebera e, deste modo, livrou Israel do domínio dos midianitas (Jz.6:34,35). Jotão, o filho menor de Gideão (Jz.9:5), também foi profeta, tendo, inclusive, revelado ao povo o desgosto divino pela escolha de Abimeleque como rei e a tragédia que se abateria sobre Siquém e sobre Abimeleque por causa daquela aliança que desagradara ao Senhor (Jz.9:7-20).

- Entretanto, a anarquia sócio-político-espiritual do período dos juízes fez com que a atividade profética se tornasse rara no meio de Israel, consequência direta de sua corrupção espiritual (I Sm.3:1), tanto que, depois de Jotão, somente teremos notícia de um profeta nos dias de Eli, quando um homem de Deus é levantado pelo Senhor para proferir mensagem de desagrado com o comportamento dos filhos de Eli, Hofni e Fineias, a ponto de anunciar a mudança da linhagem sacerdotal (I Sm.2:27-36).

- Este estado de torpor espiritual, que tornava a atividade profética rara e esporádica, porém, haveria de ser alterado com o levantamento de Samuel, não sendo por outro motivo que seja este o profeta primeiramente mencionado por Pedro no sermão feito após a cura do coxo da Porta Formosa, visto ter sido ele o “restaurador” da profecia em Israel.

II – SAMUEL E A RESTAURAÇÃO DA ATIVIDADE PROFÉTICA EM ISRAEL

- Em At.3:24, o apóstolo Pedro menciona Samuel como o primeiro dos profetas que havia anunciado os dias da dispensação da graça, os dias da consumação da obra salvadora de Cristo no Calvário. Tal expressão do apóstolo pode dar a entender que os profetas que foram levantados antes de Samuel não tinham em conta a salvação da humanidade, o que sabemos não ser correto.

- A expressão do apóstolo mostra-nos que, a partir de Samuel, há uma renovação da atividade profética, que deixa de ser rara e esporádica, para ser uma constante até Malaquias, quando, então, ocorre o “silêncio profético” de aproximadamente 400 (quatrocentos) anos, interrompido com o surgimento de João Batista.

- Samuel é uma personagem importantíssima, pois, a partir de seu chamado como profeta pelo Senhor, ainda na tenra idade, passou ele a se conscientizar da necessidade que tinha o povo de Israel de que fossem criadas condições para que, de forma contínua e ininterrupta, houvesse um grupo de pessoas que se dedicassem a servir ao Senhor e a se dispor a ensinar ao povo a lei.

- Samuel percebeu que o grande drama vivido por Israel era a ausência de uma continuidade na fidelidade ao Senhor, de modo que, geração após geração, havia a corrupção com o envolvimento com a idolatria e a consequente opressão permitida por Deus junto a povos estrangeiros, a fim de que o povo se arrependesse e não se perdesse. Esta tinha sido a sina da época dos juízes, que é tão bem retratada no livro dos Juízes, que a tradição judaica entende ter sido redigido pelo próprio Samuel.

- Por isso, Samuel, após ter livrado os israelitas do domínio dos filisteus (I Sm.7:1-17), Samuel passou a julgar a todo o Israel, de forma itinerante, indo ao encontro do povo e criando a “escola dos profetas” ou “rancho dos profetas”, locais onde passou a reunir aqueles que se dispunham a servir a Deus, seja através do ofício profético a que eram chamados pelo Senhor, seja através do aprendizado e do preparo ao ensino da lei a todo o povo (“os filhos dos profetas”, ou seja, os que aprendiam com os profetas) (I Sm.10:5,10).

- Com Samuel, também, o Senhor começou a mostrar ao povo o Seu plano da salvação de forma mais minudente, revelando que o Messias viria de uma linhagem real, linhagem esta iniciada com Davi. A partir da unção de Davi, profetizada por Samuel oito anos antes de sua realização por ele próprio (I Sm.13:14; 16:13), começa o Senhor a revelar a linhagem familiar do Messias, motivo por que Pedro menciona Samuel em primeiro lugar no rol dos profetas que falavam do Cristo e de Sua obra.

- A partir de Samuel, cujo nome quer dizer “ouvir de Deus” ou “nome de Deus”, Deus passou a ser ouvido e o Seu nome, conhecido de forma praticamente ininterrupta no meio de Israel, sendo revigorada sobremaneira a atividade profética, a “voz de Deus na Terra”, como denominou, de forma muito feliz, nosso ilustre comentarista.

III – OS PROFETAS ORAIS DE SAMUEL A ELIAS

- Com Samuel, a atividade profética passa a ter continuidade e estabilidade. O próprio Saul, escolhido para ser o primeiro rei de Israel, também teve a presença do Espírito Santo e profetizou, a fim de que fosse reconhecido como alguém escolhido efetivamente pelo Senhor para o exercício da função real (I Sm.10:10,11).

- A necessidade de Saul também profetizar para que fosse reconhecido como ungido de Deus mostra-nos como, a partir de Samuel, houve uma renovação da atividade profética e como o povo havia se despertado para a operação do Senhor no meio de Israel (I Sm.3:20,21). Vemos, assim, que a profecia é indispensável para que o povo tenha discernimento espiritual e não seja levado pela corrupção do mundo.

- Quando Davi surge no cenário histórico, já era a condição existente no meio do povo, apesar do desvio espiritual de Saul. Não só Davi logo passou a ser conhecido como profeta do Senhor (cheio do Espírito de Deus, Davi logo começou a profetizar, mesmo antes de subir ao trono, como testemunham diversos salmos por ele proferidos bem antes de sua ascensão ao reinado), como também é mostrado que, mesmo durante o reinado de Saul, funcionava em Ramá, a todo vapor, a “escola de profetas” (I Sm.19:20). Não se deve esquecer que, quando Davi se encontrava na caverna de Adulão, a ele se uniu o profeta Gade (I Sm.22:5).

- No reinado de Davi, além do próprio rei, temos profetas que exerceram grande influência no governo, pois agiam como conselheiros do próprio Davi, a saber, o próprio Gade, que já acompanhava Davi desde os tempos cruéis da perseguição de Saul, mas que, nem por isso, deixou de trazer dura mensagem ao rei por causa do episódio da numeração indevida do povo como também Natã, que, inclusive, trouxe a dura mensagem contra o próprio Davi por causa do caso da mulher de Urias, tendo, sido, também, o portador da revelação de que o Messias seria da casa de Davi. Gade e Natã, aliás, assim como Samuel, também redigiram textos das Escrituras, que contam precisamente o período dos reinados de Saul e de Davi (I Cr.29:29).

- Ainda nos dias de Davi, Deus levantou outros profetas, que tiveram grande participação na organização do culto ao Senhor no templo que seria erguido por Salomão, a saber: o sumo sacerdote Zadoque (II Sm.15:27) — o primeiro da nova linhagem sacerdotal que substituiu a que pertencia Eli (I Rs.1:26,27); Hemã (I Cr.25:5; II Cr.35:15) e seus filhos (I Cr.25:1); Asafe (I Cr.25:2; II Cr.29:30) e seus filhos (I Cr.25:1); Jedutum (I Cr.25:3; II Cr.35:15) e seus filhos (I Cr.25:1).

- Estes profetas músicos e instrumentistas também redigiram salmos. Asafe foi o autor de 12 salmos (Sl.50, 73-83), Hemã de um (Sl.88) e Jedutum, também de um(é apontado como co-autor do Sl.77) . A presença destes profetas, exatamente no instante em que se construía o serviço de louvor no templo, é um indicador de que não há possibilidade alguma de um real louvor a Deus sem a presença do Espírito Santo entre os que louvam, sejam com suas vozes, seja com seus instrumentos.
- No reinado de Salomão, também os profetas estiveram presentes. O próprio Salomão é, também, um profeta, já que o Senhor lhe transmitiu mensagens por intermédio de sonhos (I Rs.3:5-14; 9:3-8; II Cr.1:7-12; 7:12-22), como a própria perda do reino por conta de sua desobediência (I Rs.11:11-13).

- Como consequência até da infidelidade de Salomão, o Senhor levantou outro profeta no meio do povo durante o reinado deste, a saber, Aías ( I Rs.11:29-39), que foi o profeta escolhido pelo Senhor para dar conhecimento a Jeroboão da sua escolha como rei de Israel. Aías, aliás, seria o mesmo instrumento divino para anunciar a Jeroboão a ruína de sua casa por conta de seu pecado de idolatria (I Rs.14:5-16).

- Havia outros profetas nos dias de Salomão, como é o caso do “profeta velho”, que, certamente, iniciou seu ministério ainda nos dias da monarquia unida mas que, a exemplo tanto de Salomão e de Jeroboão, desviou-se dos caminhos do Senhor. Este “profeta velho” acabou por levar à desobediência o “homem de Deus”, um profeta levantado pelo Senhor precisamente para trazer a Jeroboão a mensagem de desagrado com a fabricação dos bezerros de ouro e a instituição do seu culto em substituição ao culto ao Senhor nas dez tribos de Israel, bem como que tal culto haveria de ser destruído por um descendente da casa de Davi que se chamaria Josias (I Rs.13).

- Também desta época é o profeta Semaías, que foi usado por Deus para repreender a Roboão e impedir que este tentasse, pela força militar, subjugar as dez tribos que haviam escolhido Jeroboão como rei (I Rs.12:22-24; II Cr.11:1-4).

- Percebemos, pois, que, já neste momento histórico de Israel, os profetas surgiam para repreender tanto o rei como o povo pelos seus desvios espirituais. A partir da idolatria de Salomão, não temos mais a presença de profetas palacianos, amigos dos reis, mas, bem ao contrário, pessoas levantadas para apontar os erros e desatinos do governo e da sociedade.

- Por isso mesmo, os sociólogos da religião desenvolveram teorias e teses a respeito do profetismo, considerando-o como uma “força moralizadora”, um instrumento de renovação e de questionamento das injustiças e das mazelas da sociedade, não raro um “fator revolucionário”. O “profeta”, segundo este ponto de vista, é diferente seja do “mago”, que tenta tão somente canalizar as forças sobrenaturais em favor dos indivíduos, sem qualquer noção de mudança ou transformação social, como do “sacerdote”, este sempre comprometido com a ordem vigente e que não tem outro papel senão a defesa e perpetuação do “statu quo ante”.
OBS: “…O profeta não foi um descendente ou um representante das classes mais baixas. O contrário, como temos visto, foi quase sempre a regra. Também o contexto da doutrina do profeta não se derivou preponderantemente do horizonte intelectual das classes mais baixas. Entretanto, como uma regra, os oprimidos ou, pelo menos, aqueles ameaçados pela aflição, tinham a necessidade de um redentor e profeta; os afortunados, os que tinham posses, a classe dominante não tinha tal necessidade. Consequentemente, na grande maioria dos casos, a religião da salvação anunciada profeticamente tinha seu local permanente wentre os menos favorecidos. Entre eles, esta religiosidade era o substituto, ou um suplemento racional, para a magia.…” (WEBER, Max. Sociologia das religiões mundiais. Disponível em: http://www.ne.jp/asahi/moriyuki/abukuma/weber/world/intro/world_intro_frame.html Acesso em 17 jul. 2010) (tradução nossa de texto em inglês).
“…O profeta é o intermediário e o anunciador das mudanças sociais (Bourdieu). O papel do profeta é atrair e mobilizar pelo poder do seu discurso um grupo de pessoas, para assim, canalizar a força deste grupo na estrutura social nova que ele deseja fornecer. O profeta traz o gênese de uma nova ética e uns profundos sensos cosmológicos decorrente da sua visão, que pretende sistematizar em regras de estrutura os seus interesses. O profeta na sua relação com os leigos é compreendida na força política que ele possui para satisfazer as necessidades dos grupos sociais de quem ele é o seu representante. Sendo ele um homem com a mensagem-salvação (Alexandre Carneiro), pode dispensar o aparato ritualístico do sacerdote e apenas pela sua palavra ser um construtor e portador dos bens de salvação. Todavia, é bom lembrar que para Weber, o profeta se envolver na política, mas apenas como um meio para se atingir um fim, isto é, o fundamento do poder do profeta reside em seu carisma não em uma delegação de interesses do grupo que ele representa. O profeta constitui o exemplo típico-ideal de um agente social de inovação e mudança. O papel principal do profeta é sistematizar e ordenar todas as manifestações da vida, de coordenar todas as ações humanas através de um estilo de vida, no qual ele mesmo, é seu modelo ideal. Uma vez tendo o profeta, estruturado doutrinamento seus pensamentos, aqueles grupos de adeptos leigos podem vir a se transformar em uma congregação, e devido às exigências cotidianas do grupo, o profeta acaba tendo que preparar um corpo de auxiliares seus, do seu círculo mais íntimo, para poder assim atender as demandas desta incorporação. A congregação formada pelo profeta que agora corre o risco de se transformar em sacerdote, lhe assiste com dinheiro, serviços, alimentação e etc... Em troca da esperança de salvação e de ter sempre ao seu dispor uma mensagem de revelação, proteção e garantias que sua conduta, segundo o profeta, esta em consonância com a vontade a vontade divina.…” (EMANUEL, George. O profeta e o sacerdote em termos sociológicos. Disponível em : http://www.webartigos.com/articles/13131/1/O-Profeta-e-o-Sacerdote-em-Termos-Sociologicos/pagina1.html#ixzz0twykrtNT Acesso em 17 jul,. 2010).

- Esta situação perdurou na sequência dos reinos tanto de Israel quanto de Judá. Deus levanta, em Israel, ao profeta Jeú (não confundir com o rei de mesmo nome, que é posterior), o qual também mostra o desagrado divino com o rei Baasa, que manteve o pecado de Jeroboão, anunciando a derrocada de sua dinastia à frente das dez tribos (I Rs.16:1-4,12). Aliás, este mesmo profeta também profetizou contra Josafá, repreendendo-o por causa de sua aliança com Acabe (II Cr.19:1-3).

- Em Judá, não foi diferente, pois, se no reinado de Asa, o terceiro rei de Judá, Deus levantara a Azarias, com uma mensagem de exortação, que foi prontamente seguida pelo rei e pelo povo, com grandes benefícios aos judaítas (II Cr.15:1-7), posteriormente o mesmo Asa foi repreendido pelo profeta Hanani por causa de sua aliança com o rei da Síria (II Cr.16:7-9), tendo o rei, desta feita, recusado a mensagem e, inclusive, mandado prender e maltratar o profeta, que foi a razão da enfermidade e morte do rei (II Cr.16:10-13).


IV – ELIAS, ELISEU E OUTROS PROFETAS A ELES CONTEMPORÂNEOS

- Este mal-estar entre reis e profetas fez com que passassem a surgir “falsos profetas”, profetas “fabricados” pelos próprios reis e sacerdotes, a fim de trazerem mensagem aduladoras aos monarcas e de levar o povo a seguir os governantes por conta destas “profetadas”. A casa de Onri, a terceira dinastia real de Israel (I Rs.17:21,22), permitiu a proliferação desta gente, que andava “pari passu” com os profetas de Baal e de Asera, que haviam sido trazidos por Jezabel, mulher de Acabe, filho de Onri e segundo rei daquela dinastia (I Rs.16:29-31).

- Nesta situação de grande calamidade espiritual, Deus levantou um grande profeta, Elias, o tisbita, dos moradores de Gileade (I Rs.17:1), que surge do “nada”, sem qualquer procedência conhecida, mas que veio ser o “perturbador de Israel”, a voz de Deus para denunciar e exigir do povo uma postura diante da apostasia e da idolatria reinantes no governo de Acabe e de Jezabel.

- Elias notabiliza-se pela ação do poder de Deus em seu ministério. Embora não fosse o profeta “como Moisés”, já que Deus lhe falava por meios indiretos, Elias surge como um profeta de sinais e prodígios, o que não ocorria desde os dias de Josué.

- Surgido do “nada”, Elias afronta toda a estrutura idolátrica instituída por Acabe e por Jezabel, iniciando seu ministério com o anúncio de que não haveria mais chuva sobre a terra de Israel ( I Rs.17:1), a mostrar que seu ministério era voltado a desafiar e afrontar o culto a Baal, tido como o deus da fertilidade e, como tal, o controlador das colheitas e, por conseguinte, o responsável pela concessão de chuvas. Não é desarrazoado, porém, entender que Elias pertenceu a alguma “escola de profetas”, diante do seu relacionamento com elas (II Rs.2:2, 4)

- Durante três anos e seis meses (Tg.5:17), não choveu sobre Israel, conforme havia dito o profeta, tendo voltado a chover só depois de o mesmo profeta ter pedido a Deus que chovesse, o que se deu somente após o desafio lançado por ele contra os profetas de Baal e Asera, que ele próprio matou ao fio da espada, depois de Deus ter respondido com fogo do céu à sua oração no monte Carmelo.

- Elias realizou sete milagres, a saber:
a) três anos e seis meses de seca por causa de sua palavra (I Rs.17:1)
b) multiplicação do azeite e da farinha na panela da viúva de Zarefate (I Rs.17:18-16)
c) ressurreição do filho da viúva de Zarefate (I Rs.17:17-24)
d) descida de fogo do céu em resposta à sua oração (I Rs.18:30-40)
e) chuva depois de três anos e seis meses de seca por causa de sua oração (I Rs.18:41-45)
f) descida de fogo do céu para matar os soldados que vinham lhe prender (II Rs.1:9-12)
g) travessia a seco pelo rio Jordão (II Rs.2:7,8).

- Além de ter feito milagres, Elias, ainda, presenciou e vivenciou fatos sobrenaturais em sua vida, como ser alimentado por corvos (I Rs.17:3-6), por um anjo, adquirindo força sobrenatural por 40 dias (I Rs.19:5-8), sem se falar na manifestação divina para ele quando estava na caverna (I Rs.19:9-18) e, por fim, a sua trasladação ao céu sem experimentar a morte física (II Rs.2:11).

- Elias apresenta-se, assim, como um profeta modelar, tanto que para representar os profetas foi o escolhido para, ao lado de Moisés (que representava a lei), surgir no monte da Transfiguração (Mt.17:1-9; Mc.9:1-9; Lc.9:28-36).

- Durante o ministério de Elias, surgiram outros profetas no reino do norte, pois, como o Senhor disse a Elias, ao contrário do que ele pensava, não era ele o único a servir a Deus naqueles dias tão difíceis. Micaías, que também profetizava contra Acabe, era um deles (I Rs.18:7-27), que, inclusive, profetizou a morte de Acabe e a derrota de Israel diante dos siros.

- Como já dissemos, nos dias de Elias ainda existiam as “escolas de profetas” criadas por Samuel, instituição que demonstrou todo seu vigor neste período tão difícil da história israelita, tanto que é dito que Jezabel matou profetas do Senhor, mas Obadias conseguiu preservar 100 (cem) deles, que por ele foram sustentados durante o período da seca (I Rs.18:13).

- As Escrituras relatam que um profeta, nesses dias, foi até Acabe e profetizou a vitória do rei sobre os siros por meio dos moços das províncias (I Rs.20:13,14), que também disse ao rei Acabe que os siros voltariam um ano depois (I Rs.20:22), profetizando, inclusive, nova vitória de Acabe (I Rs.20:28).

- Outro profeta é mencionado que pediu para que um companheiro seu o ferisse e, diante da recusa deste seu companheiro, profetizou que um leão o mataria, o que efetivamente ocorreu (I Rs.20:35,36). Este profeta, então, pediu que outrem o ferisse, o que foi feito e foi até Acabe, repreendendo-o por ter deixado o rei da Síria voltar em paz para sua terra após a vitória militar que havia sido profetizada (I Rs.20:38-43).

- Elias, também, foi usado por Deus para desvendar a trama que envolveu a ilícita conquista da vinha de Nabote por Acabe, como também profetizou o terrível fim que Deus daria tanto a Acabe, quanto a Jezabel e a sua descendência (I Rs.21:17-26), como também a mensagem divina a Acabe de que tudo se sucederia depois de sua morte, ante o seu arrependimento diante da mensagem precedente do profeta (I Rs.21:29). Isto nos mostra, claramente, que os profetas não eram inimigos dos governantes, mas, apenas, mensageiros de Deus.

- Numa verdadeira antecipação do que estava para vir no ministério profético em Israel, Elias foi um “precursor dos profetas escritores”, pois deixou escrita uma profecia a respeito do rei Jeorão, filho de Josafá, que foi tornada conhecida depois da trasladação de Elias ao céu, onde o profeta anuncia o trágico fim daquele rei de Judá, que se dedicara à idolatria, seguindo o exemplo de sua mãe Atalia e de sua avó Jezabel (II Cr.21:12-15).

- Eliseu, o sucessor de Elias, é outro grande nome entre os “profetas orais”. Escolhido por Deus, tudo deixou para seguir Elias e, com ele, iniciar o necessário e indispensável aprendizado para substituí-lo. Seu pedido, antes de o seu antecessor ser tomado de diante dele, foi que tivesse “porção dobrada” do espírito de Elias, o que lhe foi concedido porque viu o instante em que Elias foi arrebatado ao céu (II Rs.2:9-12). Notemos que o que se concedeu a Eliseu foi o dobro de operações divinas por seu intermédio.

- Efetivamente, se Elias fez sete milagres, Eliseu realizou quatorze milagres, um dos quais depois de sua morte, a fim de se cumprir o que lhe havia sido prometido, em mais uma demonstração de que as promessas de Deus independem da nossa sobrevivência sobre a face da Terra.

- Eis os quatorze milagres de Eliseu:
a) a travessia a seco pelo rio Jordão (II RS.2:13-15)
b) a purificação das águas (II Rs.2:19-22)
c) a morte dos que o insultavam diante de sua maldição (II Rs.2:23-25)
d) a cheia das cisternas no deserto sem que houvesse chuva (II Rs.2:17-20)
e) a multiplicação do azeite na botija na casa da viúva de um dos filhos dos profetas (II Rs.4:2-7)
f) a abertura da madre sunamita (II Rs.4:14-17)
g) a ressurreição do filho da sunamita (II Rs.4:23-37)
h) a retirada da morte que havia na panela (II Rs.4:28-41)
i) a multiplicação dos pães para alimentar cem homens (II Rs.4:42-44)
j) a cura da lepra de Naamã (II Rs.5:1-14)
k) a imposição da lepra de Naamã a Geazi (II Rs.5:25-27)
l) a flutuação do machado que caíra n a água (II Rs.6:1-7)
m) a imposição de cegueira ao exército da Síria, levando-os até Samaria (II Rs.6:18,19)
n) a ressurreição de um homem jogado no sepulcro de Eliseu e que tocou seus ossos (II Rs.13:21).

- Um dos filhos dos profetas, chamado de jovem profeta, foi incumbido por Eliseu de ungir a Jeú como rei de Israel e, ao ungi-lo, repetiu a profecia de Elias a respeito da casa de Acabe e de Jezabel (II Rs.9:1-10), motivo pelo qual é dito nas Escrituras que Elias ungiria a Jeú (I Rs.19:15,16), pois, na verdade, não o fez fisicamente, mas, no ato da unção, foi reafirmada a mensagem que Elias havia proferido a respeito da casa de Acabe. Aliás, o próprio Eliseu havia anunciado que Hazael reinaria sobre a Síria, mensagem que deu também em cumprimento ao que Deus havia dito por intermédio de Elias (II Rs.8:7-13).

-Em Judá, nos dias de Elias e de Eliseu, a atividade profética prosseguiu, máxime no reinado de Josafá, um rei fiel ao Senhor. Deus usou Jaaziel para profetizar e dar a estratégia para a vitória sobre os inimigos que haviam ameaçado invadir o país (II Cr.20:14-17), mas também Eliezer para repreender Josafá por causa da sua aliança com Acazias, rei de Israel, inclusive profetizando o naufrágio dos navios construídos para ir a Társis (II Rs.20:37)

V – PROFETAS ORAIS POSTERIORES A ELISEU

- Jeú destruiu o culto organizado de Baal e Asera que havia sido instituído por Jezabel e, assim, Israel se livrou do risco de se tornar uma “nação de Baal”, embora, lamentavelmente, não se livrasse do “pecado de Jeroboão”, que foi mantido por Jeú, motivo por que o Senhor disse a Jeú (muito provavelmente por meio de um profeta) que a sua dinastia duraria somente até a quarta geração (II Rs.10:30).

- Deve-se, também, observar que Eliseu, já doente da doença de que iria morrer (numa prova bíblica de que pessoas fiéis a Deus não são imunes à doença como defende a falsa teologia da confissão positiva), ainda profetizouao rei Jeoás, filho de Jeú, dizendo-lhe que, por três vezes, venceria o rei da Síria, mas não o destruiria por falta de fé (II Rs.13:14-19).

- Em Judá, após a dura repreensão que Jeú, filho de Hanani (não confundir com o rei Jeú) havia dado a Josafá, como já dissemos, um escrito do profeta Elias chega a conhecimento de Jeorão, que sucedera a Josafá, dando-lhe notícia de seu trágico fim. Judá também sofreria com o culto a Baal e Asera trazidos por Jezabel, pois Josafá havia se casado com Atalia, filha de Acabe, que, inclusive, subiria ao trono, depois das mortes de seus dois filhos, Jeorão e Acazias (II Rs.11:1-3).

- O sumo sacerdote Jeoiada foi usado por Deus para restaurar o culto ao Senhor e para exterminar a casa de Acabe e o culto a Baal em Judá, tendo entronizado a Joás, o único filho de Josafá que havia sobrevivido à matança efetuada por Atalia. Durante os dias de Jeoiada, Joás serviu ao Senhor e, por isso, profetas não se levantaram. No entanto, após a morte do sumo sacerdote, Joás se desviou e Deus começou a levantar profetas para exortar o rei e o povo (II Cr.24:19), em especial a Zacarias, filho de Jeoiada, que, por ter profetizado contra o rei, foi morto no pátio da casa do Senhor (II Cr.24:20-22), sendo o o último relato de uma morte por causa do nome do Senhor no Antigo Testamento, na ordem estabelecida no cânon judaico, motivo por que é ele mencionado como o rastro final da “linha de sangue de martírio” mencionada por Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (Mt.23:35).

- Nota-se, pois, uma acelerada apostasia por parte tanto de Israel quanto de Judá, o que tornou necessária a redução a escrito das mensagens proféticas, para que fossem conhecidas das gerações vindouras, diante do estado de calamidade espiritual que se começava a viver e que levaria, primeiro o reino de Israel e, depois, o reino de Judá, à perda da Terra e, no caso do reino de Israel, à própria destruição como nação.

- Assim, já no reinado de Jeroboão II, o terceiro rei da casa de Jeú, vemos a atuação de “profetas literários”, a começar por Jonas, filho de outro profeta, Amitai, que havia profetizado, em profecia que não foi reduzida a escrito (prova de que estamos diante de um período de transição), a respeito do restabelecimento das fronteiras de Israel por parte desse rei (II Rs.14:25). Jonas teria iniciado seu ministério assim que Eliseu encerrou o seu e a tradição judaica entende que Jonas seja o filho da viúva de Zarefate que Elias teria ressuscitado.

- Depois de Jeroboão II, a situação espiritual piora sobremaneira. A casa de Jeú é substituída por uma sequência de reis que não são constituídos pela vontade do Senhor (Os.8:4), grassando também a injustiça e a corrupção, tudo relatado pelos “profetas literários” que são levantados nesse tempo: Jonas, Oseias, Joel, Amós, Miqueias, Naum e Obadias.

- Em Judá, um profeta se levantou nos dias do rei Amazias, filho de Joás, que o exortou a não lutar juntamente com o exército de Israel, diante da rejeição divina às dez tribos, tendo o rei atendido a esta exortação e sido bem sucedido por conta disto (II Cr.25:7-13).

- Entretanto, Amazias também se desviou dos caminhos do Senhor, tendo, então, sido morto e substituído por seu filho Uzias. A partir de Uzias, também Judá passa a ter “profetas literários”, como Isaías, que era da corte de Uzias, provavelmente seu parente e Miqueias. Nesse tempo, o reino de Israel é destruído e passamos a ter profetas apenas no reino de Judá.

- Em Judá, durante o período dos “profetas literários” (aos dois já mencionados acresça-se Jeremias, Habacuque e Sofonias), existiram também “profetas orais”, como a profetisa Hulda, que teve o auge de seu ministério no reinado de Josias (II Cr.34:22-28), que profetizou o cativeiro da Babilônia e a morte de Josias antes que isso acontecesse e os profetas Jigdalias e Urias, ambos mencionados como contemporâneos de Jeremias (Jr.35:4 e 26:20,21 respectivamente).

- A coexistência entre “profetas literários” e “profetas orais” pode ser explicada pelo fato de que Deus tinha muito interesse em que o povo se arrependesse de seus pecados (Jr.25:4-7), sendo certo que, em virtude da situação de apostasia vivida pelo povo judaíta, havia uma proliferação de falsos profetas nos dias finais do reino de Judá.

- Com o cativeiro, porém, não há notícia de que tenha havido “profetas orais” no meio do povo. Os profetas no cativeiro e após ele são todos “profetas literários” (Daniel, Ezequiel, Ageu, Zacarias e Malaquias). Somente com João Batista, após o “silêncio profético”, teríamos, novamente, um “profeta oral”, aquele que, aliás, seria o maior de todos os profetas do Antigo Pacto.- Lembremos, por fim, que o próprio Senhor Jesus foi um “profeta oral”, vez que nada escreveu.
Caramuru Afonso Francisco