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domingo, 13 de fevereiro de 2011
SINAIS DO PERFUME DO JASMIM
2011 iniciou, na política internacional, com uma série de movimentos populares em diversos países árabes e/ou muçulmanos do Oriente Médio e Norte da África demonstrando a fadiga das ditaduras secularistas que, há décadas, governam estes países.
Tudo começou na Tunísia, onde uma onda de protestos eclodiu a partir da autoimolação de Muhammad Bouaziz, um jovem que, apesar de graduado em curso superior, não conseguia encontrar um trabalho regular e foi privado, por parte das autoridades, do seu magro sustento, vendendo verduras. Ele colocou fogo em seu próprio corpo em 17 de dezembro de 2010 e acabou incendiando o país, que já estava farto do governo do presidente Zine El Abidine Ben Ali, que já durava 23 anos e cuja família, principalmente a de sua mulher, praticamente controlava todos os negócios rentáveis do país.
Com a queda do presidente da Tunísia, que fugiu do país em 14 de janeiro de 2011, após uma onda de protestos populares, que ficou conhecida como “Revolução do Jasmim” (o jasmim é a flor nacional da Tunísia), uma série de protestos similares eclodiram em diversos países árabes, onde também há regimes autoritários longevos e seculares, como na Argélia, Egito, Iêmen e Jordânia.
Em meio aos protestos da Tunísia, o governo do Líbano, que era dirigido por Saad Hariri, também mudou de mãos, diante de uma manobra política liderada pelo movimento Hizbollah, que passou a controlar o novo governo.
Todos estes movimentos demonstraram que há uma insatisfação crescente nas populações destes países contra estes regimes autoritários, que cerceiam a liberdade política e que não têm conseguido melhorar as condições sócio-econômicas, pois, em regra, são países extremamente pobres, com enormes desníveis sociais, em que uma elite controla a política e a economia, sendo, todos estes países, fortemente sustentados pelos Estados Unidos, uma vez que são regimes políticos que, apesar de muçulmanos, não adotam e são contrários ao fundamentalismo radical.
A persistente pobreza e desigualdade social nestes países, agravada sobremaneira com a crise econômico-financeira que assolam Estados Unidos e Europa desde 2008, o que fez reduzir as oportunidades não só destes países no mercado internacional, mas também a vida dos imigrantes que encaminhavam recursos para seus familiares nestes países (principalmente nos países do Norte da África), fizeram com que o quadro político se deteriorasse rapidamente, ainda mais quando não se tem, no sistema político, quaisquer válvulas que permitam uma mudança que não seja mediante a rebelião contra as instituições.
Como se não bastasse isso, o clima de pobreza e desigualdade persistentes tornam ainda mais sedutoras as teses defendidas pelos fundamentalistas islâmicos, que, governos ou não, são grandes investidores na sustentação das comunidades islâmicas e, no caso principalmente de Argélia e Egito, as principais forças políticas de oposição.
Assim, diante da queda de um dos governos considerados mais estáveis da região, como foi o da Tunísia, não foi surpreendente o “pipocar” de movimentos similares nestes diversos países, notadamente no Egito, que é o mais importante de todos eles.
Não se pode, também, esquecer que, diante da crise econômico-financeira e da própria retórica trazida pelo governo Obama nos Estados Unidos, também houve uma sensível redução do “poder de fogo” dos Estados Unidos, que sustentam estes regimes, a criar ainda mais ardor entre os que desejam a queda de tais regimes.
O fato é que, após a queda do regime secular de Saddam Hussein no Iraque e a vitória de um partido islâmico na Turquia, nunca a vertente secularista (ou seja, aquela que, sem renegar a religião muçulmana, procura manter o Estado laico, criar uma vida social desvinculada dos preceitos do Corão) esteve tão agonizante no mundo árabe como agora.
Este quadro mostra-nos, claramente, que estamos vivendo um momento de profundas transformações na configuração política do Oriente Médio e, para os que conhecem as Escrituras, o fechamento de um quadro que nos permite vislumbrar a iminência de um “estado de guerra” que é descrito nos capítulos 38 e 39 do livro de Ezequiel.
Com efeitos, estes governos autoritários seculares, pró-americanos que, se não estão em paz com Israel (como é o caso do Egito), pelo menos não são favoráveis ao confronto com o Estado judeu, até porque são adversários daqueles que defendem que “Israel seja lançado ao mar”, como é o caso da Irmandade Muçulmana no Egito (que é a “mãe ideológica” desta ideia e que deu origem, entre outros movimentos, ao Hamas, na Palestina), em sendo substituídos, sê-lo-ão por governos que, ou serão diretamente controlados pelos fundamentalistas islâmicos ou, ainda que sejam dirigidos por pessoas moderadas, terão, mais cedo ou mais tarde, de ceder aos fundamentalistas islâmicos ou a suas teses, até porque nada indica que as profundas crises sócio-econômicas serão debeladas por estes novos governos que, diante da impaciência natural da população, terão de recorrer ao velho expediente do “bode expiatório” e Israel é, evidentemente, o candidato a assumir uma tal posição.
A queda do governo do Egito representará, para Israel, a perda do principal aliado do mundo árabe. Como as relações com a Turquia já estão profundamente deterioradas desde a subida ao poder do Partido da Justiça e do Desenvolvimento em 2003, que defende o abandono do “kemalismo”, a ideologia que manteve o Estado turco dissociado da “sharia” (a lei islâmica) desde 1920, temos um quadro de profundo isolamento que, certamente, levará a uma nova guerra dos judeus contra os árabes.
A subida ao poder no Líbano do Hizbollah, que é um movimento que defende abertamente a destruição de Israel, complica ainda mais a situação, pois os confrontos com Israel aumentarão, havendo, também, o fato de que o Hamas, o movimento palestino que também defende a destruição de Israel e que governa a Faixa de Gaza, terá, doravante, a ajuda tanto do Líbano quanto de um novo governo egípcio, o que até aqui não ocorria.
O próprio governo da Autoridade Nacional Palestina, que administra a Cisjordânia, também, por questão de sobrevivência, terá de se aproximar do Hamas, pois o seu principal suporte, atualmente, tem sido os governos secularistas do Egito e da Jordânia.
A moderada Jordânia, com seu rei Abdullah II, também foi alvo de protestos e o rei, imediatamente, destituiu o governo e nomeou um novo primeiro-ministro, que deverá promover novas eleições, onde, certamente, os setores mais radicais terão maior influência. A Jordânia é outro país árabe que está em paz com Israel mas cuja disposição de não-enfrentamento sofrerá natural modificação.
Os países do Norte da África, os demais países árabes e a Turquia caminham, assim, para uma postura de enfrentamento com Israel, voltam a assumir como sua bandeira o sonho de “lançar Israel ao mar”.
Onde vemos isto no texto da Bíblia Sagrada? Nos capítulos 38 e 39 de Ezequiel, onde, após a visão do vale dos ossos secos, que nos falam da restauração da nação israelita, temos a descrição de uma guerra em que Israel é atacado por um conjunto de nações, sob o comando de Gogue, o chefe de Meseque e Tubal, que se fará acompanhar de Togarma, Gômer, Pute, persas e etíopes (Ez.38:5,6).
Ora, conforme os estudiosos das Escrituras, Magogue (Ez.38:2), a terra de Meseque e Tubal, outra não é senão a Rússia; Pute, a região do Norte da África, em especial a Líbia; Togarma, a Turquia; persas, o Irã; os etíopes, a Etiópia, outro país do Norte da África e Gômer, identificada com a Alemanha (país em que a minoria turca é cada vez mais presente e influente) e que pode muito bem representar a União Europeia, que tem se envolvido cada vez mais nas negociações do Oriente Médio e de forma desfavorável a Israel.
Segundo texto de Ezequiel, estes países se unirão a outros, entre os quais Sebá e Dedã (Ez.38:13), povos apontados como sendo os árabes (mais precisamente a área da Jordânia, Iêmen e Arábia Saudita), querendo a destruição de Israel, com o objetivo de retirar-lhe a segurança de que hoje goza, mas serão fragorosamente derrotados, dando a Israel uma força internacional poderosa.
A “Revolução do Jasmim” mostra, claramente, o início do surgimento de um consenso entre os países do Oriente Médio contra Israel que não se via desde a Guerra dos Seis Dias, e ainda reforçado com um governo antipático a Israel tanto no Irã quanto na Turquia, países que estão muito dependentes da Rússia, que se ergue e precisa ter uma nova projeção no campo da política internacional.
O cenário está a mostrar que uma aliança contra Israel está em fase final de elaboração, em mais uma eloquente indicação que Jesus breve vem, não tarda muito para voltar e arrebatar a Sua Igreja, pois a vitória militar profetizada para Israel é o lastro que forçará o Anticristo, que será o outro grande emergente dentre as nações, a ter de firmar um pacto com Israel, que incluirá o ressurgimento do Templo e o consequente início da última semana de Daniel, fatos que somente poderão ocorrer após o término da dispensação da graça, do tempo da Igreja sobre a face da Terra.
Diante dos sinais trazidos pelo perfume do jasmim, estamos preparados para a volta do Senhor?
* Evangelista da Assembleia de Deus – Ministério do Belém – sede e colaborador do Portal Escola Dominical.
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